"É Paulo Portas que aparece, sem nunca ser nomeado, na carta de demissão (ler aqui) de Vítor Gaspar enviada a Passos Coelho. O ministro das Finanças revela que se quis demitir quando a TSU não avançou, em Outubro de 2012. Paulo Portas foi um dos inimigos dessa medida. "As semelhanças entre a Primavera de 2013 e o Outono de 2012 são claras e marcas", diz o ministro, para depois falar do conselho de ministros extraordinário, de 12 de Maio, aquele em que o Governo tremeu.
Diz Gaspar: "A ausência de um mandato para concluir atempadamente (o sublinhado é do ministro) o sétimo exame regular não me permite agora continuar a liderar a equipa que conduz as negociações com o objectivo de melhor proteger os interesses de Portugal". É Portas novamente que aparece aqui, pois as divergências dentro do Governo, que envolveram a oposição de Portas a mais cortes nas pensões de reforma.
A carta de nove parágrafos conclui com um aviso a Passos Coelho. O de que tem de assumir as suas responsabilidades de liderança. "Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes", sublinha. "É minha firme convicção que a minha saída contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa", escreve o até agora ministro das Finanças.
Se as referências a Portas não são nomeadas, Gaspar é explícito na assunção da sua quota-parte de responsabilidade. Foram os chumbos do Tribunal Constitucional a medidas do OE2013, e a sua falta de credibilidade interna, devido ao "incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013".
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