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«Dizemos hoje "gíria" ou "calão" para, numa só palavra, definir essas muitas que tomamos de empréstimo ao idioma pátrio para delas nos servirmos como instrumento quotidiano. Seja que a gíria, o calão é o português diário, comum ou quase secreto, que caldeamos na gramática para que a língua se sinta viva e útil.
As palavras e expressões, formadas pela tradição e automatismo que regem a linguagem popular, serviram desde sempre a determinados grupos sociais ou profissionais, para simplificar o seu falar ou o tornar imperceptível a estranhos.»
Eduardo Nobre, dicionário de CALÃO, Texto Editores, 2010
- Fazer a cama - contribuir para uma punição; comprometer
- Fazer a corte - namorar; galantear
- Fazer a festa e deitar os foguetes - divertir-se só; rir das próprias graças
- Fazer a folha - ajustar as contas; vingar-se
- Fazer a parte - fingir; mostrar o que não sente: guardar as conveniências
- Fazer bico/fazer boca - comer qualquer coisa antes de beber
- Fazer caixinha - guardar para si e alguns íntimos qualquer segredo ou confidência
- Fazer cantar - obrigar a falar ou a revelar uma confidência
- Fazer cera - mandriar; não se esmerar no trabalho
- Fazer chorar as pedras - emocionar
- Fazer cruzes na boca - diz-se quando algo se gora
- Fazer das fraquezas forças/Fazer das tripas coração - enfrentar com coragem qualquer revés; cobrar ânimo; arriscar-se
- Fazer em fanicos - bater; sovar; partir em pedaços
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