segunda-feira, 24 de abril de 2017

Ainda a propósito dos nossos jovens "finalistas"...

in. sabado.pt
Acabo de ler na Revista SÁBADO nº 676 (de 12 a 19 de abril de 2017) um artigo de opinião escrito por José Pacheco Pereira, intitulado As desculpas insuportáveis dos meninos de Torremolinos e com o qual estou completamente de acordo, baseada no que tenho lido, visto e ouvido nos meios de comunicação social sobre estes casos, que, pelos vistos, se vêm repetindo. 

É lamentável que, de há uns anos a esta parte, se leiam notícias de comportamentos inaceitáveis por parte de muitos dos nossos jovens, quando se deslocam em viagens de finalistas, normalmente em viagens a Espanha. Pessoalmente, lamento estes factos profundamente, pois adoro os jovens, mas não concordo, em absoluto, com atitudes menos próprias.

É incompreensível o vandalismo que praticam, pois o facto de estarem cheios de adrenalina e quererem libertá-la, não justifica as atitudes que tomam, nem lhes dá o direito de quererem destruir tudo aquilo que lhes aparece pela frente!

São este jovens que daí a pouco tempo vão entrar na Universidade?

É bom que todos nós façamos uma reflexão profunda sobre este tema. Por isso, proponho a leitura do artigo de opinião de José Pacheco Pereira, que passo então a transcrever na íntegra:

"A LAGARTIXA E O JACARÉ

As desculpas insuportáveis dos meninos de Torremolinos

Na SIC (não vi outras notícias mas admito que sejam semelhantes), nos jornais, um pouco por todo o lado ouve-se e lê-se um discurso complacente e insuportável sobre o comportamento de um grupo de "finalistas" portugueses num hotel espanhol. "Que são coisas normais numa viagem de finalistas", e as "coisas normais" são "uma parede escrita", "coisas no elevador", o quê não me atrevo a perguntar, "estragos e coisas partidas", nada de especial. O problema é que o hotel pelos vistos "não estava habituado". A polícia espanhola refere azulejos quebrados, uma televisão atirada à banheira, colchões pela janela e extintores despejados. Parece que ninguém viu os colchões atirados pela janela, mas face ao resto que está confirmado é irrelevante. No caso dos extintores, a desculpa era que, como iam para uma festa, atirar jactos de espuma uns aos outros era muito excitante. Tiveram sorte em não provocar nenhum incêndio no hotel.
     A culpa de tudo era haver "uma segurança muito apertada" e o dono do hotel "armou um aparato enorme e quis mandar tudo embora". Os depoimentos publicados pelo Público são esclarecedores: quando o hotel quis pôr os meninos/as a pagar os estragos e pô-los na rua, "ai sim fizemos estragos no hotel", até porque parece que o serviço não tinha a qualidade suficiente para as exigências dos meninos/as e não os deixavam fazer festas nos quartos. São, no fundo, as vítimas, como também diz a "agência" que organizou a viagem, numa intervenção engasgadas balbuciante, mas toda destinada a defender o direito dos meninos/as a portarem-se mal. Não estava o hotel habituado? pois habituem-se.
Estes meninos/as agora finalistas, se forem para a universidade vão ser a carne de canhão de uns outros imbecis que se divertem a fazê-los rastejar, comer terra e outras coisas, andar tipo fila de condenados, usar chapéus escatológicos, e gritar umas obscenidades, sob o comando de uns tipos/as vestidos de padres ou de viúvas. Podia dizer que é bem feito, se estes mesmos meninos/as não andassem a lamber o chão para ganharem o direito daqui a um ano ou dois de pôr a negra pata em cima de outros, repetindo assim o ciclo de indigência mental que assola uma parte da nossa cultura juvenil e que se chama a praxe.
Temos demasiada complacência com aquilo que passa por ser um desvario juvenil "natural", mas talvez devêssemos estar mais atentos para os negócios ilícitos e ilegais que andam à volta destas actividades, dos dinheiros que em comissões de festas, viagens e da praxe, e hoje, mesmo nas associações de estudantes, circulam, em patrocínios de cervejas e telecomunicações, às agências de viagem e as angariações para fake jobs , até às ligações com os negócios obscuros das claques de futebol. É que muitos destes meninos/as, felizmente não todos, mas mais do que o que se pensa. aprende aqui uma forma de viver de expedientes e golpes, de ilicitudes e outros tráficos. E o pior de tudo é que muitos paizinhos/mãezinhas acham tudo bem e defendem os coitados dos meninos/as que afinal "só" partiram umas coisas, ainda por cima num hotel espanhol, que ainda não percebeu que deve ter jaulas em vez de quartos."

Aqui fica o artigo para reflexão e aqui fica também um pedido: não sejamos pessimistas e ...mãos à obra: é preciso mostrar aos jovens, com insistência, o caminho certo! 

Façamo-lo com firmeza!



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