quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Uma percentagem preocupante traduzida no número 32 (32%)!


N Ú M E R O 

32%

Entre 2013 e 2018, o preço das casas subiu a um ritmo médio acumulado de 32% acima do rendimento médio de uma família composta por dois adultos e dois filhos. É evidente o impacto da invasão turística dos últimos anos nos orçamentos familiares e no custo de vida dos portugueses, que ganham um salário médio 45% abaixo do rendimento dos europeus. E os mais prejudicados são os que vivem nas grandes cidades, onde os preços mais escalaram.

in revista VISÃO de 12/12 a 18/12/2019


Fotografia: Arquivo/ Global Imagens 
in dinheirovivo.pt  


O preço das casas em Portugal cresceu, entre 2013 e 2018, a um ritmo médio acumulado 32% superior ao rendimento de uma família média composta por dois adultos (com o salário médio) e dois filhos a cargo. Os cálculos foram feitos pelo economista Eric Dor da Escola de Negócios IÉSEG da Universidade Católica de Lille, em França. O exercício permite perceber a evolução do poder de compra imobiliário dos habitantes de um país. “Para avaliar se a aquisição de uma habitação se tornou demasiado onerosa num determinado país, tendo em conta o orçamento dos agregados familiares, convém comparar o aumento dos preços face ao dos rendimentos”, começa por explicar o estudo do IÉSEG. No caso de Portugal as contas são pouco favoráveis aos potenciais proprietários. Pior do que o nosso país só a Irlanda, onde a diferença entre a taxa de crescimento dos preços das casas e a taxa de crescimento dos rendimentos líquidos de uma família típica ultrapassa os 60%. Os cálculos do economista francês foram feitos tendo em conta dois períodos: 2008 e 2018 e 2013 e 2018. O Dinheiro Vivo optou pelo segundo, uma vez que foi a partir de 2013 que os preços das casas começaram a recuperar de forma consistente depois da crise económica e financeira que causou grande erosão no valor das casas. “Na Irlanda e em Portugal, os preços das casas caíram acentuadamente durante a crise financeira, mas depois recuperaram”, sublinha o estudo da escola francesa de negócios. “Como resultado, nos últimos cinco anos, o crescimento acumulado do preço da habitação ultrapassou o crescimento do rendimento líquido de uma família típica em 60,04% na Irlanda e 32,03% em Portugal”. Mesmo considerando o crescimento médio anual dos preços das casas e dos rendimentos de uma família típica, a situação mantém-se desfavorável para Portugal, comparando com os 26 países analisados para os quais existem dados. A análise revela que a diferença entre os dois indicadores foi de 5,46%. A Irlanda surge de novo em primeiro lugar com um hiato de 9,25%. Mas nem todos os países tiveram este comportamento. Por exemplo, em França, a diferença entre a taxa de crescimento acumulada do preço das casas foi de -3,02% o que significa que os franceses ganharam poder de compra no mercado imobiliário. Mais significativo é o caso de Itália (-13,65%). Rendimento das famílias Infogram Crescimento anual Rendimento das famílias Infogram Preços em Portugal dos que mais sobem O estudo da escola de negócios analisou também a taxa de crescimento do preço das casas nos países com dados disponíveis. E Portugal surge como um dos que registaram maior aumento. Entre 2013 e 2018, a taxa acumulada de crescimento anual foi de 38,6%, correspondendo a um aumento anual médio de 6,72%. Comparando com o resto da Europa, Portugal é apenas ultrapassado pela Irlanda, Hungria, Estónia e Suécia com taxas de crescimento anual entre os 11% e os 7%. Do lado oposto da lista, aparece a Itália com uma desvalorização média anual dos preços das casas a rondar os 2%. Usadas sobem mais O estudo do IÉSEG permite ainda perceber quais as casas que registaram o maior crescimento. Ao longo dos cinco anos mais recentes, o crescimento acumulado dos preços médios foi mais acentuado nas casas usadas do que nas novas construções. Para uma casa sem anterior proprietário, a taxa de crescimento acumulado entre 2013 e 2018 foi de 24%, correspondendo a um aumento anual médio de 4,4%. Nas casas usadas, a taxa de crescimento foi de 44,5% nos últimos cinco anos, quase o dobro do valor das habitações a estrear. Em termos de taxa média anual, o crescimento nas casas usadas foi de 7,6%. 

(encontrei in: dinheirovivo.pt)

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