Cidade do Vaticano, 10 abr 2020 (Ecclesia) – A Igreja Católica celebra hoje a Sexta-feira Santa, dia em que evoca a morte de Jesus, este ano com uma intenção especial de oração “por causa da terrível pandemia que atinge todo o mundo”.
“No dia em que se celebra a Paixão e Morte redentora de Jesus Cristo na cruz, o qual, como cordeiro imolado, tomou sobre si os nossos sofrimentos e o pecado do mundo, a Igreja eleva súplicas a Deus Pai omnipotente por toda a humanidade, de modo especial, por aqueles que sofrem”, refere o decreto publicado pela Santa Sé.
A Congregação para o Culto Divino propõe uma intenção para acrescentar à Oração Universal da celebração da Paixão do Senhor, “fazendo chegar a Deus Pai as súplicas daqueles que O invocam na sua tribulação e assim todos possam sentir, apesar das suas adversidades, a alegria da Sua misericórdia”.
Oremos por todos os que sofrem as consequências da atual pandemia; para que Deus nosso Senhor, conceda a cura aos enfermos, força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias e a salvação a todas as vítimas mortais”.
Oremos por todos os que sofrem as consequências da atual pandemia; para que Deus nosso Senhor, conceda a cura aos enfermos, força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias e a salvação a todas as vítimas mortais”.
A Igreja Católica evoca a morte de Jesus, num dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.
A principal celebração decorre durante a tarde, perto da hora em que se acredita que Jesus terá morrido, nas igrejas desnudadas desde a noite anterior.
Ao entrarem, em silêncio, os presidentes da celebração prostram-se, bem como os demais ministros, em sinal da morte de Cristo.
A parte inicial da celebração, a Liturgia da Palavra, tem um dos elementos mais antigos da Sexta-feira Santa, a grande oração universal, tradicionalmente com dez intenções – este ano, 11 – que procuram abranger todas as necessidades e todas as realidades da humanidade.
A adoração à cruz e os vários momentos de oração apresentam-se como momentos de penitência e de pedido de perdão.
Durante a celebração da Paixão do Senhor há o rito da adoração, mas este ano omite-se o beijo devocional da Cruz, por razões de saúde pública, nos países onde estão suspensas as celebrações comunitárias.
O sacerdote que preside à celebração está paramentado com a cor vermelha, que a liturgia católica associa aos mártires.
Este ano, em Portugal, foram suspensas as procissões do enterro do Senhor e a celebração pública da Via-Sacra, que reproduz os momentos da prisão, julgamento e execução de Jesus, os quais inspiram recriações da Paixão, as Procissões do Encontro e do Senhor Morto.
No Vaticano, o Papa vai rezar de novo diante do crucifixo de São Marcelo, durante Liturgia da Paixão e da Adoração da Cruz, às 18h00 locais (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Pedro, onde decorre uma meditação do pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa.
A cruz venerada na igreja de São Marcelo al Corso é um crucifixo considerado milagroso que, segundo a tradição popular, pôs fim à peste de 1522; a 27 de março esteve na Praça de São Pedro para a oração e bênção ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo] extraordinária, pelo fim da pandemia.
imagem in agenciaecclesia.pt |
Uma das mudanças mais visíveis acontece na noite de Sexta-feira: a Via-Sacra (21h00 de Roma) não vai ser presidida por Francisco, este ano, no Coliseu, mas na Praça de São Pedro.
Nas 14 estações, ao longo da colunata, dois grupos de pessoas levaram a cruz, entre eles um ex-recluso e o diretor da Cadeia “Due Palazzi” de Pádua (onde foram escritas as meditações de 2020), dois polícias, médicos e enfermeiros do FAS (Fundo de Assistência Médica do Vaticano).
O Vaticano anunciou ainda que o peditório anual em favor das comunidades católicas da Terra Santa, habitualmente realizado na Sexta-feira Santa, foi adiado para 13 de setembro, devido à pandemia de Covid-19.
O Sábado Santo também é um dia alitúrgico, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros sacramentos, marcado pelo silêncio.
OC
(encontrei in agencia.ecclesia.pt)
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