Hoje é dia de Finados
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos quando visitavam os túmulos dos mártires. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos já esquecidos. O abade Odilo de Cluny, no final do século X, pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigavam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII essa data passa a ser oficialmente celebrada em 2 de novembro, um dia após a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar a sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46) e é suportada por uma prática de quase dois mil anos.
O sepultar dos mortos nas igrejas ou nos seus imediatos arredores permitia à comunidade sentir a continuidade da presença dos seus entes queridos na proximidade das suas vidas terrenas, ajudando a cimentar o conceito da Igreja enquanto comunidade peregrina (os vivos), sofredora (as almas em purificação no Purgatório) e triunfante (as almas santas no Paraíso). Se o dia de Todos os Santos celebrava estes últimos, principalmente os santos anónimos, o dia de Fiéis Defuntos honrava as almas do Purgatório e por estas eram oferecidas orações e sacrifícios.
Cristianismo protestante
Após a Reforma Protestante, a celebração do Dia de Finados foi fundida ao da Festa de Todos os Santos na Igreja Anglicana, posteriormente desmembrada no século XIX. A observância da comemoração foi restaurada em 1980, como "festividade menor" intitulada "Comemoração dos Fiéis Defuntos".
Para a Igreja Metodista, são santos todos os fiéis batizados, de modo que no Dia de Todos os Santos a congregação local honra e recorda seus membros falecidos. (consultar pt.wikipedia.org)
Em Portugal, mais concretamente em Lisboa:
Marcelo, Ferro e Costa prestam homenagem aos mortos da Covid-19, em Belém
Bandeira a meia haste, um minuto de silêncio e presença de figuras de Estado: esta segunda-feira, Dia dos Finados decretado como dia de luto nacional, houve homenagem às vítimas da Covid-19 em Belém.
O chefe de Estado, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro participaram nesta segunda-feira de manhã numa cerimónia de homenagem aos mortos, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, em dia de luto nacional.
A “cerimónia do içar da bandeira nacional em dia de luto nacional e homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da doença covid-19” teve início pelas 10h, com a chegada do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Antes, chegaram ao local os presidentes de tribunais superiores, o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Na Praça Afonso de Albuquerque, junto à entrada do Palácio de Belém, onde esteve uma guarda de honra composta por militares do esquadrão presidencial, a bandeira nacional foi primeiro içada até ao topo, ao som do hino nacional, e depois colocada a meia haste, em silêncio.
Em seguida, as entidades presentes guardaram um minuto de silêncio.
O Governo decidiu a 22 de outubro declarar esta segunda-feira, 2 de novembro, Dia de Finados, “como dia de luto nacional, como forma de prestar homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da doença covid-19“, lê-se no comunicado sobre essa reunião do Conselho de Ministros.
O Presidente da República assinou no dia 26 de outubro este decreto, que foi aprovado em Conselho de Ministros na mesma reunião em que o Governo decidiu restringir a circulação entre concelhos do território entre 30 de outubro e 03 de novembro – abrangendo o Dia de Todos os Santos, feriado nacional, e o Dia de Finados.Em Portugal, os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus responsável pela covid-19 foram detetados no dia 02 de março e até agora já morreram 2.544 pessoas com esta doença, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), num total de 144.341 casos de infeção contabilizados.
Na sexta-feira, Portugal atingiu números nunca vistos desde o início da epidemia: 4.656 novos casos de infeção, 40 mortes e 275 internados em cuidados intensivos em 24 horas, e no sábado morreram mais 39 pessoas e houve um novo máximo de 286 doentes internados em cuidados intensivos, segundo a DGS.
Este domingo, a DGS anunciou que nas últimas 24 horas houve mais 37 mortes associadas à covid-19 e 3.062 novos casos de infeção. O número de internados em cuidados intensivos baixou para 284, mas o total de internados ultrapassou os 2000, sendo agora de 2.122.
Encontrei in: observador.pt (texto de Filipe Amorim 02.11.2020)
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