O surgimento da Faber-Castell
A empresa começou em uma pequena oficina alemã fundada em 1761 pelo marceneiro Kaspar Faber. Apesar da profissão criar uma associação óbvia, curiosamente o primeiro protótipo de Kaspar não era constituído de madeira, mas sim de chumbo.
Vinte três anos depois o pequeno negócio passou a ser comandado pelo herdeiro e grande visionário em sua época Anton Wilhelm, ele foi responsável por profissionalizar o nome da marca usando as suas iniciais e sobrenome, nascia assim a A.W. Faber.
Posteriormente, Anton Wilhelm também percebeu que se investisse parte do capital da oficina em outros imóveis poderia acelerar a produção e aumentar o lucro em sua cidade, essa foi uma importante decisão que elevou os custos no começo, mas acelerou o crescimento a longo prazo.
Quando a empresa passou a ser comandada por Georg Leonhard Faber a Alemanha vivia crises políticas e econômicas que duraram de 1810 a 1838. Diante deste cenário, o neto de Kaspar não pôde evitar o declínio da produção que ameaçava a sobrevivência da empresa.
A globalização da A.W. Faber
Em 1839, Georg Leonhard faleceu precocemente, o fato levou a transferência administrativa da A.W. FABER para seu filho Lothar von Faber, um jovem que na época tinha apenas 22 anos. Lothar precisava de soluções para manter o progresso do patrimônio familiar.
Primeiramente, ele decidiu entender mais sobre o seu negócio, por isso viajou para conhecer a fundo como funcionavam as empresas fabricantes de instrumentos de escrita em Londres e Paris, adquirindo valiosas experiências.
Retornando ao seu país de origem ele estabeleceu o que hoje conhecemos como visão da empresa, daquele momento em diante a A.W. Faber não seria mais apenas uma oficina, mas sim uma organização comprometida. Seu lema objetivo: “Erreichen sie die höchste position und produzieren sie die besten produkte der welt”, [trad.: Alcançar a posição mais alta e produzir os melhores produtos do mundo].
Após revisar e reposicionar o negócio Lothar criou um novo produto: o lápis hexagonal, na qual timbrou as iniciais A.W. Faber, dando origem ao primeiro instrumento comercializado com marca registrada na história.
Foi quando o quarto herdeiro em sua linhagem decidiu expandir os horizontes da marca, se não havia como modificar o caótico cenário germânico a melhor solução era deixá-lo e buscar novos locais.
Em 1843 Lothar inaugurou um escritório de vendas em Nova Iorque, dando início a venda dos produtos com a marca A.W. Faber em solo americano. Seis anos após ele inaugura também a primeira subsidiária estrangeira da empresa no país.
O sucesso da subsidiária possibilitou a expansão da empresa para outras cidades importantes na época, como Paris, Londres, Viena e São Petersburgo tornando assim, a marca global.
Para padronizar os produtos ao redor do globo, em 1851 Lothar determinou a rigidez e espessura que cada lápis deveria ter, o modelo inovador posteriormente foi copiado por todos os outros fabricantes do setor.
A origem do nome Faber-Castell
Em 1898, Ottilie von Faber, neta de Lothar von Faber se casou com Alexander zu Castell-Rüdenhausen, herdeiros de um dos sobrenomes nobres mais antigos da Alemanha.
Porém, seu avô Lothar não queria que a neta perdesse o nome da família após o matrimônio. Para resolver o problema foi criado um novo sobrenome: Faber-Castell, denominação que além de atender ao pedido do avô acabou se tornando o novo nome da indústria.
A tecnologia Faber-Castell
Pouco depois do término da Segunda Guerra Mundial, em 1948 a empresa lançou as primeiras lapiseiras voltadas para o desenho técnico, as quais apresentavam grafites com diâmetro milímetros.
Nos anos seguintes a Faber-Castell ampliou o seu mercado para a Oceania e América Latina, onde passou a produzir outros instrumentos voltados para desenho e pintura, como marca-textos e canetas esferográficas.
Em 1993 ocorreu o realinhamento do Grupo Faber-Castell levou a ascensão mundial da marca alemã. O foco principal foi revisar a imagem e comunicação da marca em escala mundial, para isso foi fundamental re-adquirir os direitos autorais sobre a marca nos EUA, os quais haviam sido perdidos como resultado da Segundo Guerra Mundial.
Novos mercados
Nos anos 2000 a empresa passou a investir em brinquedos educativos, além de novas tecnologias mais seguras para crianças pequenas. Um exemplo disso é o Lápis Max, que aposta na nanotecnologia para oferecer um grafite mais macio e resistente.
A última empreitada é a entrada no setor de cosméticos, apostando na expertise em cores, apesar da Faber-Castell já fornecer subprodutos usados em sombras e lápis faciais, essa é a primeira vez que esses produtos serão assinados oficialmente com o nome da marca.
Em uma era em que o branding é essencial para o sucesso de qualquer marca, por se tratar de um produto que envolve o uso de recurso naturais para a sua criação, não basta apenas ser a marca top of mind, é preciso cuidado para não esgotá-los.
Para solucionar o problema, parte da madeira utilizada na confecção de lápis vem de áreas de reflorestamento no Brasil, as quais se encontravam desmatadas e foram recuperadas pela empresa.
A Faber-Castell é um exemplo de empresa que conseguiu manter o compromisso de fabricar produtos de alta qualidade sem deixar de arcar com a responsabilidade ambiental.
Curiosidades sobre a Faber Castell
O lápis foi um invento criado para oferecer um invólucro capaz de evitar que os usuários sujem as mãos de carbono enquanto traçam as linhas;
A primeira fábrica da empresa, às margens do Rio Regnitz foi transformada no Museu Alte Mine. Todos os equipamentos originais foram preservados, incluindo a pequena usina hidroelétrica que fornecia energia;
Como você pode observar a empresa foi pioneira em muitos produtos, o que poucos sabem, é que a família Castell também foi uma das primeiras a se preocupar com bem estar dos funcionários dentro e fora da empresa, criando políticas de descanso e determinado o máximo de horas de trabalho para não prejudicar a produção ;
O tradicional logo com cavaleiros foi criado em 1905, mas em 1950 a marca optou por substituí-lo por um castelo. Depois de mais de quatro décadas, em 1993, a Faber-Castell resolveu trazer de volta os dois cavaleiros em uma versão modernizada;
Apesar de parecer um instrumento simples, a produção de um EcoLápis, feito com madeira reflorestada demora no mínimo quatro meses, pois são plantadas novas sementes que precisam crescer pelo menos 25 cm antes da primeira poda;
As árvores reflorestadas da Faber-Castell chegam a ter quatro metros de altura aos três anos e são capazes de fornecer galhos por até 25 anos;
Nas fábricas o produto que envolve o carbono para evitar sujar as mãos enquanto desenha é conhecido como sanduíche de madeira;
A Faber-Castell ergueu o maior lápis do mundo, ele tem 19.75 metros de altura e consumiu exatas 7.029 horas para ficar pronto. O lápis contém uma mina de grafite de 15 cm de diâmetro e foi incluído no Livro Guinness de Recordes;
A empresa que começou em uma pequena oficina hoje conta com uma equipe com mais de 7.000 funcionários. Líder mundial na fabricação de lápis, a Faber-Castell tem uma produção anual superior a 2 bilhões de unidades, possui 15 fábricas estrategicamente posicionadas ao redor do mundo, as quais possibilitam a presença da marca em mais de 120 países;
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Além dos lápis, a linha de produto da Faber-Castell é composta de produtos para atender as necessidades de todas as idades. A empresa já patenteou mais de 2 mil itens, que variam entre EcoGiz de cera, massa de modelar, canetas, lapiseiras, marcadores, apontadores, borrachas, cartuchos para impressão, CDs, pen-drive até mesmo canetas-tinteiro.
(in https://blog.grafittiartes.com.br)
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