São Pedro é o padroeiro dos homens do mar.
O São Pedro na Afurada, em Vila Nova de Gaia, é uma festa que se realiza na noite de 28 para 29 de junho, quando coincide com o fim de semana, porque se assim não for, passa para o fim de semana seguinte. É uma tradição muito antiga.
Normalmente, são festejos "de arromba", mas desde que começou a pandemia, as coisas não são bem assim. Com efeito, devido à crise sanitária, está tudo a ser adiado e quem por ali passe, nem sequer reconhece o lugar. Apesar de se verem pessoas a visitar aquele lugar único, sente-se que não é como noutros tempos. Falta aquela movimentação típica do lugar que estamos habituados a visitar. No entanto, o cheirinho no ar a peixinho fresco grelhado e sardinhas, ai isso, não falta...!!!
O seu fogo de artifício lançado por cima da ponte de Dom Luís atraía milhares de pessoas. As tendas e barracas, nada que se compare! Toda a sua animação está suspensa enquanto dura esta situação pandémica. É claro que os Afuradenses se sentem muito tristes com a situação e nós, os tripeiros, não o estamos menos...
Façamos votos que tudo isto seja ultrapassado quanto antes, para voltarmos à sua animação, pois não há festa em lado nenhum que se lhe compare!
No Vaticano e neste dia, o Papa Francisco evocou São Pedro e São Paulo.
Partilhemos então, as suas palavras:
Cidade do Vaticano, 29 jun 2020 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje à Missa da solenidade de São Pedro e São Paulo, com participação reduzida a cerca de uma centena de pessoas, no Vaticano, e pediu uma Igreja unida, sem sede de poder nem de riqueza.
“Não poder, mas coerência; não palavras, mas oração; não proclamações, mas serviço. Se queres uma Igreja profética, começa a servir. Não teoria, mas testemunho. Precisamos não de ser ricos, mas de amar os pobres; não de ganhar para nós, mas de nos gastarmos pelos outros; não do consenso do mundo, estar bem com todos, estar bem com Deus e com o diabo – não, isto não é profecia – mas da alegria pelo mundo que virá”, disse, na homilia que proferiu na Basílica de São Pedro.
“Hoje precisamos de profecia, de verdadeira profecia: não discursos que prometem o impossível, mas testemunhos de que o Evangelho é possível. Não são necessárias manifestações miraculosas”, acrescentou Francisco.
Durante a celebração, o Papa abençoou os pálios que serão entregues aos arcebispos metropolitas nomeados no decorrer do último ano, incluindo cinco dioceses lusófonas: Díli, em Timor-Leste, e quatro brasileiras – São Salvador da Bahia, Vitória da Conquista, Santarém e Manaus.
Junto ao Papa, também o novo decano do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re, recebeu o pálio, após proferir o discurso de saudação e o juramento de obediência e fidelidade aos pontífices.
“O pálio recorda a unidade entre as ovelhas e o Pastor que, como Jesus, carrega a ovelha aos ombros e nunca mais a larga”, explicou Francisco.
O Papa sublinhou que São Pedro e São Paulo eram “duas pessoas muito diferentes” que souberam viver como irmãos num fase “crítica” para a Igreja Católica, pouco depois de ter nascido.
“Neste momento trágico, ninguém foge, ninguém pensa em salvar a pele, ninguém abandona os outros, mas todos rezam juntos. Da oração, tiram coragem; da oração, vem uma unidade mais forte do que qualquer ameaça”, recordou.
É inútil, e até maçador, que os cristãos percam tempo a lamentar-se do mundo, da sociedade, daquilo que está errado. As lamentações não mudam nada”.
Francisco desafiou os católicos a “construir uma Igreja e uma humanidade renovadas”, com capacidade profética.
“A profecia nasce quando nos deixamos provocar por Deus: não quando gerimos a própria tranquilidade, mantendo tudo sob controlo. Quando o Evangelho inverte as certezas, brota a profecia. Só quem se abre às surpresas de Deus é que se torna profeta”, precisou.
O Papa pediu “pastores que ofereçam a vida, enamorados de Deus”.
A celebração dos padroeiros da cidade de Roma deixou uma saudação ao Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), que habitualmente envia uma delegação ao Vaticano neste dia – este ano a viagem foi cancelada, por causa da pandemia; a visita é retribuída anualmente por uma delegação da Santa Sé, que se desloca à Turquia na festa de Santo André (30 de novembro)
“Pedro e André eram irmãos; e entre nós, quando é possível, trocamos uma visita fraterna nas respetivas festas, não tanto por gentileza, mas para caminhar juntos rumo à meta que o Senhor nos indica: a unidade plena”, indicou Francisco.
Devido à atual emergência sanitária, o Papa determinou que a coleta do Óbolo de São Pedro, tradicionalmente realizada na solenidade dos Santos Pedro e Paulo, aconteça este ano a 4 de outubro, dia dedicado a São Francisco de Assis.
OC
A celebração começou com um momento de oração junto ao túmulo do apóstolo Pedro, primeiro Papa, onde os pálios foram colocados na última noite.
Em 2015, Francisco decidiu modificar a celebração de entrega dos pálios aos novos arcebispos metropolitas, deixando de impor esta insígnia no Vaticano, uma tarefa agora confiada aos núncios apostólicos (representantes diplomáticos da Santa Sé).
A insígnia litúrgica e de jurisdição é feita com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelos Papas na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de janeiro, e simboliza o Bom Pastor que leva nos ombros o cordeiro até dar a sua própria vida, como recordam as cruzes negras bordadas.
O pálio é envergado pelos arcebispos metropolitas nas suas dioceses e nas da sua província eclesiástica, sistema administrativo que deriva da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.
Fonte da notícia: in agenciaecclesia.pt
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