sábado, 16 de abril de 2011

Fraternidade


Daquilo que vejo, leio e conheço dos portugueses,  tudo me leva a crer que somos um povo de comportamentos extremos,  imprevisíveis, pois tão depressa somos muito solidários e até prestáveis, querendo ajudar quem precisa, como também, por qualquer coisa mais insignificante que seja, somos capazes de perder todo o sangue-frio para poder discernir, descontrolando-nos facilmente, em vez de  tentar resolver positivamente qualquer situação menos agradável.

Havendo alguém com uma opinião diferente num ou noutro assunto, logo surge um grande desentendimento, uma intolerância bem visível e, por vezes, até ódios - verifica-se muito nas "cores" clubista e política, em problemas de condução automóvel, entre famílias, na utilização dos transportes públicos...enfim, num sem número de aspectos do quotidiano que constituem um rol infinito...!

Apesar de todos termos ouvido na escola, principalmente os que foram criados sob orientação cristã, o apelo à fraternidade, à tolerância e ao bem-estar entre os seres, a maior parte das vezes não nos contemos e logo surge o desentendimento, com uma agravante: "ninguém quer dar o braço a torcer". E assim acontecem, muitas das vezes, situações "que não valem um caracol", como diz o povo!


Há um pensamento de Alexis Carrel, que vem muito ao encontro desta minha simples opinião pessoal, expressa nas linhas anteriores: "Não faz sentido orar pela manhã como um santo e, depois, comportar-se durante o dia como um bárbaro." Na realidade, esta atitude tem de ser contrariada, de todo, pois não vale a pena pensar que se é superior aos outros, adoptando comportamentos "bárbaros". O que temos de fazer, é lidar com as pessoas que nos rodeiam, seja em que situação for, tentando melhorar os nossos relacionamentos, pois só assim nos podemos entender. Há que transmitir calor humano aos outros...

É preciso que reflictamos  que conviver com os outros, não se trata de se ser superior ou inferior, antes pelo contrário, temos de nos dar civilizadamente, respeitando os outros, para podermos conviver em verdadeira comunidade.

Vamos ser mais fraternos, vamos ser mais cuidadosos com o comportamento que temos para com o nosso semelhante! Vamos mostrar mais a nossa compreensão, a riqueza interior; e não nos preocupemos em evidenciar sinais exteriores de grande qualidade de vida... ou até superioridade de conhecimentos...

Afinal de contas, pode depender  disso a nossa felicidade e bem-estar de uma vida inteira...

Temos de reflectir muito bem no nosso comportamento actual, pois temos de conviver uns com os outros, nestes tempos conturbados, demonstrando a nossa qualidade humana, pois só esta vencerá!


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