Ao pesquisar informações detalhadas na imprensa escrita sobre este flagelo que tanto está a afetar Portugal, selecionei esta notícia do Jornal de Negócios, que passo a transcrever:
"Em Março, o número de desempregados em Portugal aumentou 19,8% face ao mesmo mês de 2011. Ou seja, são já 661.403 as pessoas sem emprego no Continente e Regiões Autónomas.
No final do mês de Março de 2012, estavam inscritos, nos Centros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 661.403 desempregados, número que corresponde a 84,6% de um total de 782.237 pedidos de emprego, segundo a “Informação Mensal do Mercado de Emprego”.
O número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego aumentou assim 19,8% relativamente ao mês homólogo de 2011 e 2,1% face ao mês anterior, sublinha o relatório do Ministério da Economia e do Emprego e do IEFP.
Estas percentagens mostram, em números absolutos, acréscimos de, respectivamente, 109.542 e 13.385 desempregados.
Homens mais penalizados
O aumento do desemprego, comparativamente a Março de 2011, afectou os dois géneros, penalizando mais os homens (+25,3%) do que as mulheres (+15%).
Por grupo etário, os jovens foram os que mais se ressentiram com o aumento do desemprego, +25,4% face ao mesmo mês do ano anterior, correspondendo aos adultos um acréscimo de 19,1%, sublinha o documento.
Comparando o tempo de inscrição em termos homólogos, o aumento do desemprego verificou-se, essencialmente, nos inscritos há menos de um ano (+31,6%), enquanto os desempregados de longa duração se apresentavam com uma variação de +3,9%.
O aumento do volume de inscrições, nos últimos meses, continua a provocar o aumento do peso relativo do desemprego de curta duração, que neste mês se situou em 63,3% do total, contra 36,7% de desemprego de longa duração.
A procura de um novo emprego, situação que justificou o registo de 92,5% dos desempregados, teve um aumento de 19,9% face ao mês homólogo de 2011, variação muito próxima da observada na procura de primeiro emprego (+19,4%).
Todos os níveis de escolaridade afectados
No que respeita à habilitação escolar dos desempregados, verificou-se um aumento do desemprego em todos os níveis de escolaridade, particularmente nos mais elevados, sublinha o relatório do Ministério da Economia e do Emprego e do IEFP.
Salienta-se o acréscimo anual de 39,8% nos desempregados com nível superior, acrescenta o documento.
Açores: subida percentual homóloga mais elevada
Numa perspectiva regional, comparativamente a Março de 2011, o desemprego aumentou em todas as regiões do País, destacando-se o acréscimo percentual mais elevado na Região Autónoma dos Açores (+52,2%).
Relativamente ao mês anterior, o desemprego aumentou em todas as regiões do País, com excepção do Algarve, onde se verificou uma quebra de 1,9%.
Serviços de protecção e segurança com maior representatividade
Já no que respeita às profissões dos desempregados, tendo em conta os dados apurados para o Continente, confirma-se, uma vez mais, a elevada representatividade do “pessoal dos serviços de protecção e segurança” (78.923), dos “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio” (73.376), dos “empregados de escritório” (64.826), dos “operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil” (59.470) e dos trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora” (55.414).
Estes cinco grupos profissionais expressavam, no seu conjunto, 52,8% do total de desempregados inscritos no final do mês em análise, avança o relatório.
Do ponto de vista evolutivo, comparativamente a Março de 2011, o aumento do desemprego teve especial relevância em alguns grupos profissionais, destacando-se o aumento percentual mais elevado nos “docentes do ensino secundário, superior e profissões similares” com +137,1%. Com menos desempregados inscritos do que há um ano, contam-se, apenas, os “quadros superiores da administração pública” (grupo com pouca representatividade no desemprego registado).
Considerando a actividade económica de origem do desemprego, dos 582.610 desempregados que no final do mês se encontravam inscritos como candidatos a novo emprego, nos Centros de Emprego do Continente, 61,2% eram oriundos de actividades do sector dos “serviços”, com relevância para as “actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” e o “comércio por grosso e a retalho”; 34,9% provinham do sector da “indústria”, com destaque para a “construção”; e 3,5% do sector “agrícola”, diz o documento.
O desemprego aumentou nos três sectores de actividade económica. Salientam-se os acréscimos percentuais mais elevados nas “actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares” (+34,8%), no “comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos” (+33,9%), na “construção” (+29,8%) e nas “actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (+29,8%).
Com menos desempregados inscritos, destacam-se actividades do sector da “indústria” como a “fabricação de veículos automóveis, componentes e outro equipamento de transporte” (-9,2%) e a “fabricação de têxteis” (-4,0%).
Principais causas: "Fim de trabalho não permanente" e "despedido"
O “fim de trabalho não permanente”, principal motivo de inscrição de desempregados, representou 34,4% das inscrições efectuadas, ao longo do mês passado, nos Centros de Emprego do Continente. Na segunda posição, com 21,9%, surge o motivo “despedido” que tem aumentado o seu peso relativo no decorrer dos últimos meses.
No que respeita à oferta de emprego, o número de ofertas disponíveis, no final do mês, nos Centros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, totalizou 9 296, valor inferior ao do mês homólogo de 2011 (-26,4%), mas superior ao do mês anterior (+6,5%).
Ao longo do mês, receberam-se nos Centros de Emprego de todo o País, 7.517 ofertas de emprego, número inferior em 14,3% quando comparado com o de Março de 2011 e superior em 31,8% quando comparado com o do mês anterior.
Actividade mobiliária entre os que têm maior volume de ofertas
De entre as actividades económicas com maior volume de ofertas disponibilizadas ao longo deste mês (dados relativos ao Continente), salientam-se as “actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio”, o “alojamento, restauração e similares”, o “comércio por grosso e a retalho”, a “administração pública, educação, actividades de saúde e apoio social” e a “construção”.
Estes cinco ramos de actividade foram responsáveis por 59,5% do total de ofertas recebidas ao longo do mês.
Por último, o número de colocações efectuadas ao longo de Março de 2012, através dos Centros de Emprego de todo o País, totalizou 4.086, valor inferior ao do mês homólogo de 2011 (-25,2%) e superior ao do mês anterior (+18,1%).
Com base nos dados do Continente, verifica-se que mais de metade das colocações (50,3% do total) foram feitas em quatro grupos profissionais, nomeadamente, “pessoal dos serviços, de protecção e segurança”, “trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora”, “outros operários, artífices e trabalhadores similares” e “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio”, conclui o relatório."
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