quinta-feira, 11 de março de 2010

Leandro, uma vítima do "bullying" na escola...

imagem in br.pinterest.com


Este "post" tem por objectivo prestar homenagem a um menino de Mirandela, com 12 anos de idade, que terá sido vítima de bullying por parte de alguns colegas, na escola que frequentava.

É, realmente, com muita dor no meu coração que tenho acompanhado o caso desse aluno que, desaparecido nas águas do Tua, a 2 de Março, ainda não foi encontrado. Presto aqui também homenagem a toda a sua família, que se encontrará num sofrimento indescritível.

Apesar de toda a comunicação social referir que há um pesado silêncio por parte da Direcção da Escola, eu posso imaginar o que esta não estará a sofrer com um caso desta gravidade.

Não nos podemos esquecer que, para além de ser uma situação muito delicada, por dizer respeito a uma criança, o que logo nos deixa constrangidos e de cabeça perdida, há ainda a agravante de muitas escolas não possuírem meios para enfrentar os novos problemas que nelas surgem nos dias de hoje.

Leccionei até há pouco tempo, e sempre me incomodou  a violência a que assistia durante os recreios, por parte de alguns alunos sobre outros; em todas as escolas onde trabalhei, constatei haver sempre grandes esforços dos Conselhos Executivos, aliados aos do restante corpo docente; não posso deixar de referir ainda a preciosa colaboração dos Auxiliares de Acção Educativa, não me esquecendo das Associações de Pais - enfim,  todos nós totalmente empenhados  em querer debelar esse grave problema.


A verdade é que todos os que estão ligados ao ensino, sabem que apesar dessa violência sempre ter existido em maior ou menor grau, cresceu de uma forma desmesurada nos últimos anos. Foi-se generalizando e piorando, chegando ao ponto que todos nós  hoje conhecemos.

Constatei sempre que, tal como eu, ninguém conseguia ficar indiferente a esse tipo de situações, não só pela violência a que assistíamos, como também pela injustiça que elas geram, pois normalmente, os mais fortes subjugam os mais fracos, tanto a nível físico, como psicológico. E isso, revolta-nos! Por isso, as nossas palavras de ordem eram sempre: "intervir" e "corrigir"...

Perante esta notícia que a todos nos atordoou e que tanto nos inquieta, dou  por mim a perguntar-me:

- que medidas concretas vai o Ministério da Educação tomar em relação ao caso do Leandro?

- e como vai gerir os casos de violência nas escolas de que vamos, cada vez mais, tomando conhecimento?

Só espero que tudo tenha um final diferente daquele que já estou a temer!

1 comentário:

Anónimo disse...

Se esta criança fez o que se diz, ou seja , atirou-se ao rio, tinha de estar muito desesperada.Era um menino e em conversa com um Psicólogo meu amigo , ele dizia ter conhecimento de casos em que as crianças ameaçavam matar-se mas era para chamar a atenção.E se o chegavam a concretizar era muito mau sinal.
Quem serão os culpados?Os colegas, a escola, os pais, a sociedade?
Todos têm uma parte da culpa e apesar de eu não estar muito dentro deste caso, deixe que lhe diga Teresa, que há escolas e escolas...há Directores e Directores...
A escola não sabia que andavam a atormentar a criança?Será que encobriu isso?Não sei, não o posso afirmar...e os pais coitados,provavelmente não se aperceberam do desespero do filho.
Faço parte da Direcção de uma Associação de Pais e sei que há Directores de Agrupamentos que não querem saber de pais metidos na escola, não são capazes de admitir que existe uma Lei que regula as AP,cujo Decreto-Lei n.º 372/90, de 27 de Novembro, permite que os Pais tenham direitos e deveres na escola , junto de toda a comunidade educativa,com vista a acompanharem todo um tipo de problemas ou não, face aos seus educandos.
Lígia Sousa