Neste verão, resolvi reler algumas obras de autores portugueses, que estudei no liceu ou na Faculdade de Letras, entre elas: "Viagens na minha terra", de Almeida Garrett, e "O Primo Bazilio", de Eça de Queirós.
Para além do prazer indescritível que estas obras me proporcionaram e de fazerem recordar os meus "velhos tempos" de estudante (apesar de continuar a sê-lo sempre), a dada altura, quando lia O Primo Bazilio, deparei com uma expressão muito utilizada nos nossos dias, principalmente pelos jovens e que, "pensamos nós", ser fruto do tempo actual quando, afinal, não é bem assim. Pelos vistos, já era utilizada no século XIX.
"Que seca..." é a expressão que aparece na citada obra, quando Eça, no capítulo I nos dá a conhecer algumas das características e um pouco da personalidade de Luíza, escrevendo: "Luiza espreguiçou-se. Que seca ter de se ir vestir! Desejaria estar numa banheira de mármore cor-de-rosa, em água tépida, perfumada, e adormecer!...(...)" (o sublinhado é meu).
O mais engraçado é que verifico que a expressão em causa está por mim assinalada no livro, acompanhada de pequenas notas alusivas ao momento que está a ser relatado pelo autor, e aquando do estudo feito nas aulas com a professora, na Faculdade, o que significa que, já nessa altura, a expressão era considerada fora do comum, talvez avançada para a época, chamando a atenção do leitor.
É indispensável que se leiam as obras dos nossos autores portugueses, antigos e actuais! Encontramos nelas passagens maravilhosas que nos surpreendem por alguns conteúdos!
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