sábado, 25 de setembro de 2010

"Que seca..." uma expressão que se ouve muito, hoje em dia!

Neste verão, resolvi reler algumas obras de autores portugueses, que estudei no liceu ou na Faculdade de Letras, entre elas: "Viagens na minha terra", de Almeida Garrett, e "O Primo Bazilio", de Eça de Queirós.

Para além do prazer indescritível que estas obras me proporcionaram e de fazerem recordar os meus "velhos tempos" de estudante (apesar de continuar a sê-lo sempre), a dada altura, quando lia O Primo Bazilio, deparei com uma expressão muito utilizada nos nossos dias, principalmente pelos  jovens e que, "pensamos nós", ser fruto do tempo actual  quando, afinal, não é bem assim. Pelos vistos, já  era utilizada no século XIX.

"Que seca..." é a expressão que aparece na citada obra, quando Eça, no  capítulo I nos dá a conhecer algumas das características e um pouco da personalidade de Luíza, escrevendo: "Luiza espreguiçou-se. Que seca ter de se ir vestir! Desejaria estar  numa banheira de mármore cor-de-rosa, em água tépida, perfumada, e adormecer!...(...)" (o sublinhado é meu).

O mais engraçado é que verifico que a expressão em causa está por mim assinalada no livro, acompanhada de pequenas notas alusivas ao momento que está a ser relatado pelo autor, e aquando do estudo feito nas aulas com a professora, na Faculdade, o que significa que, já nessa altura, a expressão era considerada fora do comum, talvez avançada para a época, chamando a atenção do leitor.

É indispensável que se leiam as obras dos nossos autores portugueses, antigos e actuais! Encontramos nelas passagens maravilhosas que nos surpreendem por alguns conteúdos!


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