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“Algum retrocesso social é inevitável” perante dimensão da crise,
defende Paulo Trigo Pereira. “É evidente que o 14º mês para pensionistas
e funcionários públicos deve acabar para sempre”, acrescentou, citado
pelo Jornal de Negócios.
Os "erros do passado" que conduziram à actual crise significam que
"algum retrocesso social é inevitável", disse esta segunda-feira o
economista Paulo Trigo Pereira.
"Isto não é uma situação transitória, não é um estado de emergência",
disse Trigo Pereira durante um debate sobre ’Sustentabilidade do Estado
social’ na Faculdade de Direito de Lisboa. Para o economista, o actual
problema de financiamento do Estado vai prolongar-se pelas próximas
décadas.
"Tivemos um tsunami de que não vamos sair nos próximos 30 anos, com a
entrada da China, da Índia e do Brasil" nos mercados globais. "A
economia europeia não voltará a crescer às taxas dos anos 50 e 60."
Simultaneamente, registou-se uma transformação na pirâmide
demográfica, afirmou o professor do Instituto Superior de Gestão de
Lisboa (ISEG).
"O rácio de dependência dos idosos [relação entre idosos e população
activa] em 2010 estava em cerca de 25% - havia 4 activos para pagar a
pensão de um idoso. Em 2050, estará nos 60% - ou seja, nem dois activos
para pagar uma pensão", disse Trigo Pereira.
http://www.noticiasaominuto.com/economia/27439/14%C2%BA-m%C3%AAs-deve-acabar-para-sempre#.UMdZVGfwpdg
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