in: comunidadeculturaearte.com (Frida Kahlo) |
in: tsf.pt ("Dois nus na floresta (A própria Terra)", 1939, de Frida Kahlo) |
Frida Kahlo foi uma pintora mexicana que nasceu em casa dos pais (A Casa Azul) a 6 de julho de 1907, nos arredores da cidade do México na pequena cidade de Coyoacán.
O seu nome completo era Magdalena Carmen Frida Kahlo y Caldérón. Era filha de Guillermo Kahlo e Matilde Gonzalez y Caldéron. Tinha 6 anos de idade quando contraiu poliomielite ficando com uma lesão no pé direito. Foi acometida ao longo da sua vida por muitas doenças, lesões e acidentes. Mais tarde, optou por usar longas calças e saias também.
Frequentou a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México para Desenho e Modelagem. Aprendeu a técnica da gravura com Fernando Fernandez e aos 18 anos sofreu um gravíssimo acidente. Teve uma longa convalescença e foi nessa altura que começou a pintar.
Em 1928 entrou no Partido Comunista Mexicano e nessa altura conheceu Diogo Rivera, pintor muralista com quem veio a casar um ano depois. Foi um casamento considerado tumultuoso, pois chegaram a casar duas vezes um com o outro. Diego tinha muitas amantes e Frida sabia-o. Ela vingava-se disso traindo-o também, mas com homens e mulheres.
Sofreu a influência da obra do seu marido e "adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas de folclore e da arte popular do México." "Em 1938, André Breton qualifica a sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade." (in pt.wikipedia.org).
Morreu em 13 de julho de 1954!
Fotografias recentemente descobertas da Frida Kahlo são expostas pela primeira vez no Porto, no Centro Português de Fotografia
A exposição Frida Kahlo – As Suas Fotografias revela a intimidade da grande artista mexicana e dá a conhecer uma nova perspectiva sobre a vida turbulenta de uma das figuras mais misteriosas e emblemáticas da arte latino-americana. Desde a primeira apresentação, na Cidade do México, em 2009, a exposição tem viajado pelo mundo inteiro, contando já com mais de meio milhão de visitantes em quinze cidades distintas. O próximo destino é, pela primeira vez, a cidade do Porto, onde será apresentada de 6 de Julho a 4 de Novembro de 2018, no Centro Português de Fotografia.
Apesar da importância que a fotografia tinha para Frida, a maior parte da sua colecção de fotografias esteve escondida do público durante várias décadas. Quando morreu, em 1954, o marido e também artista Diego Rivera doou a casa onde viveram – conhecida como Casa Azul, situada na Cidade do México – ao povo mexicano, para que fosse transformada num museu sobre a vida e a obra de Frida. Este foi o início daquele que é hoje o Museu Frida Kahlo, um dos museus mais conhecidos no mundo.
Embora Diego tenha doado os quadros e objectos de Frida ao museu, o restante espólio da mulher manteve-se, a seu pedido, longe dos olhos curiosos do público. Foi esta a principal razão para que este arquivo pessoal se mantivesse fechado durante cinco décadas. O lugar escolhido para guardar mais de seis mil fotografias, alguns desenhos, cartas, remédios e roupas de Frida foi uma casa-de-banho da Casa Azul, que assim ganhou uma aura quase mítica.
Foi apenas em 2003 que o arquivo adormecido foi aberto, sob a supervisão de Hilda Trujillo Soto, directora do Museu Frida Kahlo. Uma parte das fotografias desse arquivo foi transformada nesta exposição, com a curadoria de Pablo Ortiz Monasterio, famoso fotógrafo e historiador de fotografia mexicano. Frida Kahlo – As Suas Fotografias dá a conhecer 241 fotografias inéditas que representam diversas fases e pessoas da vida da artista e que foram objectos da sua afeição pessoal.
A exposição está tematicamente dividida em seis secções – Origens; Casa Azul; Política, Revoluções e Diego; Corpo Acidentado; Amores; e Fotografia – e inclui um documentário sobre a vida de Frida. Para além do valor histórico e artístico das fotografias apresentadas, algumas delas são também valiosas por serem da autoria de fotógrafos célebres que eram amigos da pintora, tais como Man Ray, Martin Munkácsi, Edward Weston, Brassaï, Tina Modotti, Pierre Verger e Manuel Álvarez Bravo. Todas as obras incluídas na exposição e muitas mais podem ser consultadas no catálogo Frida Kahlo – As Suas Fotografias, que é o resultado de um meticuloso trabalho de selecção entre os milhares de fotografias que foram encontrados na casa de banho fechada.
A fotografia teve sempre um papel importante na vida de Frida. Os seus pai e avô eram fotógrafos profissionais e ela mesma era apaixonada por esta arte. Ao longo da vida, a artista juntou uma colecção significativa de daguerreótipos e de cartões-de-visita do século XIX, de fotografias da família e dos amigos, de retratos fortíssimos dela própria, bem como de fotografias nas quais interveio, cortando partes delas, escrevendo dedicatórias e personalizando-as como se fossem pinturas. Tudo isto pode ser visto na exposição. Para Frida, a fotografia era uma preciosa relíquia do passado, um objecto para acarinhar e um poderoso instrumento de trabalho criativo. O acervo reflecte a intimidade da pintora e os seus interesses ao longo da vida atribulada que levou.
Foi só com a descoberta do arquivo de fotografias de Frida Kahlo que se tornou evidente que a origem de muitas das suas obras mais carismáticas reside na composição fotográfica. Os auto-retratos, por exemplo, eram profundamente inspirados nos retratos que o pai tirou de ele mesmo, como explica Hilda Trujillo num texto incluído no catálogo. Numa entrevista concedida à Rádio CBC, Pablo Ortiz Monasterio acrescenta que a própria colecção de fotografias, a forma como foi agrupada e trabalhada, constrói um retrato de Frida. Na imensa diversidade de fotografias que a artista cuidadosamente guardou, acarinhou e personalizou, é revelada, conscientemente ou não, a complexa fragmentação da sua identidade.
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