Temos ouvido diariamente na imprensa destas últimas semanas, notícias muito inquietantes sobre a possibilidade da Rússia invadir a Ucrânia.
Ao ler hoje as notícias da Newsletter da Euronews, decidi aqui partilhá-las, para que se perceba bem o que está em jogo:
Ameaça militar russa põe EUA e União Europeia de acordo
Apesar de a Europa questionar a "dramatização" da situação na Ucrânia, pelos Estados Unidos, com o anúncio de uma possível invasão russa "a qualquer momento" e a decisão de retirar as famílias dos diplomatas destacados em Kiev, Joe Biden garantia, após falar ao telefone com responsáveis da União Europeia, que há total acordo sobre a forma de lidar com a ameaça militar russa.
"Tive uma reunião muito, muito boa, unanimidade total com todos os líderes europeus. Falaremos sobre isto mais tarde".
Joe Biden
Presidente dos EUA
A UE apelava a que se evitassem declarações alarmistas sobre as tensões entre Rússia e Ucrânia. Moscovo criticava a ação europeia que considerava desproporcionada e desproporcional. Yury Filatov, Embaixador da Rússia na Irlanda afirmava que "em vez de desperdiçar esforços na procura de uma resposta à inexistente invasão russa, a Europa deveria preocupar-se em encontrar uma resposta responsável e madura às propostas sobre garantias de segurança na Europa: "Na Ucrânia parece que há menos tensão. O Presidente Volodymyr Zelensky, e no final de uma sessão do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, afirmava que as conclusões não seriam de fazer vibrar os meios de comunicação social, mas que eram "muito importantes" para a "sociedade" e "cidadãos ucranianos". Parecem muito simples, garantia, "está tudo sob controlo, não há razões para pânico".
O porta-aviões dos EUA, USS Harry S Truman, juntou-se às atividades de patrulhamento no Mar Mediterrâneo, é a primeira vez, desde a guerra fria, que a frota completa de um porta-aviões dos EUA passou a estar sob o comando da NATO.
Que sanções pode a UE impor à Rússia em caso de invasão da Ucrânia?
Perante a ameaça de uma eminente invasão russa da Ucrânia, aumentam as expectativas em relação à resposta do Ocidente.
O secretário de estado dos EUA, Anthony Blinken, alertou Moscovo para “enormes consequências” na eventualidade de uma entrada no país vizinho, mas não precisou quais seriam as verdadeiras repercussões de semelhante manobra.
Já os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), que se reuniram esta segunda-feira em Bruxelas para discutir uma abordagem coletiva, também foram deliberadamente vagos sobre como seria uma reação dos Estados-membros.
Se o presidente russo, Vladimir Putin, avançar com a invasão da Ucrânia há uma série de opções em cima da mesa ao dispor da União Europeia e respetivos aliados. Começando por mais sanções.
Sanções económicas e financeiras
A Rússia foi alvo de várias rondas de sanções ao longo dos anos, cada qual com diferentes graus de sucesso. Na eventualidade de Moscovo avançar com uma ofensiva sobre a Ucrânia, uma das medidas mais faladas recentemente passa por excluir o país do sistema de pagamentos internacional SWIFT.
Na verdade, este é uma das partes principais do sistema global para transferência de dinheiro em todo o mundo. Cortar a Rússia dessa rede é algo que teria graves consequências, tornando muito difícil para qualquer pessoa dentro do país fazer qualquer tipo de transação financeira com o mundo ocidental e a nível global.
O professor Markus Ziener, do German Marshall Fund dos EUA, diz que é mais fácil falar do que fazer.
“Se eles [Rússia] fossem cortados do SWIFT, isso também atingiria basicamente qualquer instituição financeira na Rússia. Agora, qual é a ressalva? A ressalva é que a Rússia acumulou centenas de milhões em ouro e dólares americanos. Eles têm muitas reservas e também têm uma estreita cooperação com a China", referiu Ziener em entrevista à Euronews.
“Então, pode haver uma possibilidade de a Rússia contornar o impacto dessas sanções e é um tipo de coisa controversa. Não sabemos realmente que tipo de danos é que isso fará aos russos.”
Por outro lado, cortar a Rússia do sistema SWIFT também criaria problemas para a Europa. Por exemplo, uma empresa que compre gás natural russo não poderá pagar usando o código SWIFT normal.
O gasoduto Nord Stream 2
É impossível mencionar qualquer reação ocidental sem trazer à tona o polémico projeto do Nord Stream 2.
O gasoduto de gás natural, concluído em setembro passado, quer conectar o gás russo, através do Mar Báltico, à Alemanha e, de forma mais alargada, à Europa.
No entanto, da maneira que as coisas estão, o processo não se adivinha fácil. O projeto está à espera da "luz verde" dos reguladores alemães e da UE para começar a fornecer ao continente os abastecimentos de energia necessários.
Os críticos argumentam que a iniciativa enfraquece a independência energética europeia e que pode ser usada como uma ferramenta política por parte de Moscovo, no futuro. Já os defensores dizem que é preciso reforçar a segurança energética da União Europeia, aumentando a oferta.
Os EUA mostraram-se preocupados com o caso do Nord Stream 2.
Mas um sinal recente do chanceler alemão Olaf Scholz sugeriu que Berlim pode considerar a interrupção do projeto do gasoduto em resposta a um ataque à Ucrânia.
Em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, na semana passada, Scholz respondeu a uma pergunta sobre o Nord Stream 2 dizendo que haverá um “alto preço a pagar e que tudo terá que ser discutido caso haja uma intervenção militar em Ucrânia."
FONTE: in pt.euronews.com. por Nara Madeira a 25.01.2022
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