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Grito do Ipiranga
Acontecimento ocorrido a 7 de setembro de 1822 que simboliza a independência do Brasil. Na sequência de diversos conflitos de poderes entre as Cortes e a administração da colónia, o príncipe português D. Pedro (o futuro D. Pedro IV), regente do Brasil, declarou o território definitivamente separado da metrópole, bradando "Independência ou morte!". O facto ocorreu nas margens do Rio Ipiranga. No dia 1 de dezembro seguinte, D. Pedro foi coroado imperador do Brasil.
Referência:
Porto Editora – Grito do Ipiranga na Infopédia [em linha].
Porto: Porto Editora. [consult. 2022-09-07 19:13:34]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$grito-do-ipiranga
Alargando um pouco mais a minha pesquisa, encontrei um relato mais completo em https://ensina.rtp.pt/artigo/o-grito-do-ipiranga/
Foi nas margens do rio Ipiranga que ocorreu, a 7 de setembro de 1822, um dos episódios mais célebres de toda a história do Brasil e que se tornou sinónimo, na língua portuguesa, de declaração de emancipação ou de independência.
E foi disso mesmo que se tratou, por parte do então príncipe regente D. Pedro, que governava o Brasil em nome do seu pai, o rei D. João VI. Ipiranga, que significa “rio vermelho” na língua tupi, é um pequeno riacho localizado no centro da atual cidade de S. Paulo. D. Pedro encontrava-se no local quando terá recebido informações de que as cortes de Lisboa tinham anulado as suas ordens e reduzido o seu poder como príncipe regente. Terá então declarado à sua guarda de honra a separação irreversível do Brasil em relação a Portugal e proferido a famosa expressão “independência ou morte”.
Trata-se de um episódio de veracidade duvidosa mas que a tradição consagrou. O dia 7 de setembro é feriado nacional no Brasil e é celebrado oficialmente como o Dia da Independência.
Era inevitável, a proclamação da independência?
Pode-se dizer hoje que o processo de emancipação do Brasil e das colónias espanholas na América era inevitável, uma vez que tanto Portugal como Espanha estavam enfraquecidos pelas guerras napoleónicas e encontravam-se em plena crise política e social. No caso português, o facto de o rei e a corte terem residido no Rio de Janeiro durante vários anos desequilibrou a relação tradicional entre a metrópole e a colónia e concedeu um impulso decisivo às aspirações independentistas do Brasil.
O príncipe D. Pedro tinha já dado um sinal importante nesse sentido, alguns meses antes, quando se recusou a acatar as ordens de Lisboa para regressar a Portugal. Tinha o apoio de parte substancial das elites brasileiras, que não aceitavam o retorno do país à simples condição de colónia, como era intenção das Cortes em Lisboa. O Grito do Ipiranga foi portanto um momento simbólico que revelou uma rutura que já estava em curso.
Teve efeitos imediatos?
O episódio do Grito do Ipiranga não parece ter tido o impacto que a tradição lhe atribui. Há historiadores que afirmam que passou despercebido na época e que só várias décadas mais tarde é que veio a ser considerado como o momento-chave da independência do Brasil. Seja como for, D. Pedro foi aclamado como imperador alguns dias depois, mas a adesão à sua causa não foi unânime.
Houve tentativas de restauração do domínio português e diversas regiões tentaram separar-se do Brasil e formar repúblicas autónomas, porque parte do movimento independentista era republicano e não aceitava um Brasil monárquico. Mas apesar de todas as dificuldades, o processo de independência saiu vitorioso. Portugal reconheceu o Brasil independente em 1825 e o país manteve a sua integridade territorial, não se fragmentando em diversos estados, como ocorreu com as colónias espanholas da América do Sul. D. Pedro, contudo, foi obrigado a abdicar em 1831. Regressou então a Portugal para liderar a luta contra o regime absolutista de D. Miguel e veio a ocupar o trono como D. Pedro IV.
in https://ensina.rtp.pt/artigo/o-grito-do-ipiranga/
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