domingo, 11 de setembro de 2022

Reflexão para o XXIV Domingo do Tempo Comum

Reflexão para o 24º Domingo do Tempo Comum - Vatican News
imagem in vaticannews.va

A liturgia da Palavra deste vigésimo quarto domingo do tempo comum centra a nossa meditação no amor de Deus, que nos ama infinitamente; nem o pecado nos afasta desse amor.

Na primeira leitura vemos a atitude misericordiosa de Deus face à infidelidade do Povo no Sinai; o amor sobrepõe-se sempre à vontade de punir o pecador.

Na segunda leitura, Paulo recorda o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo e derramado incondicionalmente sobre os pecadores, transformando-os em pessoas novas e convertidas.

O Evangelho oferece-nos três parábolas da misericórdia e apresenta-nos Deus que ama todos os homens e que Se preocupa de forma especial com os pecadores, os excluídos, os marginalizados. A parábola do filho pródigo, ou dos dois filhos, apresenta Deus como um pai que espera ansiosamente o regresso do filho rebelde, que o abraça quando o avista, que o faz reentrar em sua casa com uma grande festa para celebrar o reencontro.

Esta parábola é a mais conhecida das três parábolas da misericórdia. Mas as outras duas, a ovelha perdida e a dracma perdida, iluminam-nos também sobre o amor e a ternura de Deus.

Sabemos da grande importância que as ovelhas tinham para o pastor. Não podia perder nenhuma. Quanto à dracma, era uma soma importante. Basta pensar que uma família inteira podia viver um dia com duas dessas moedas. Compreende-se que a mulher que a perdeu faça tudo para a encontrar.

Jesus acentua que o pastor procura a sua ovelha perdida «até a encontrar», a mulher procura a dracma perdida «até a encontrar». Através destas duas personagens, Jesus mostra-nos o amor do Pai: diante daqueles que se afastam d’Ele, que vão por caminhos de perdição, Ele parte à sua procura até os encontrar.

Quando há um naufrágio, por exemplo, efetuam-se buscas para se encontrar as vítimas. Mas, ao fim de um certo tempo, as buscam terminam: já não há mais esperança! Em Deus não é assim. Ele vai até ao fim, Ele encontrará de qualquer modo a sua criatura perdida. Quando encontra a ovelha perdida, Jesus transporta-a aos ombros, leva-a no coração, pleno de misericórdia, fecundo de amor.

Isso acontece de modo pleno na cruz, onde Jesus encontra a humanidade perdida. Como dizer mais explicitamente a gratuidade da salvação que Ele nos vem trazer? É a mesma luz do Pai que acolhe o seu filho sem nada lhe pedir, que lhe dá gratuitamente a sua dignidade de homem livre, o seu lugar de filho, como se nada se tivesse passado. Como não transbordar de alegria diante de um Deus assim?

Deixemo-nos levar pela Palavra, entremos na alegria de Deus e voltemos à vida, sempre com um coração puro e um espírito firme, como rezámos no belíssimo Salmo 50, plena expressão do amor e da misericórdia de Deus.

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

FONTE: agencia.ecclesia.pt

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