segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Umbigo: afinal, por que motivo todos o temos?

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imagem que obtive in:
https://desmitificandomitos.wordpress.coml

Tendo lido numa revista juvenil um artigo sobre o umbigo, fiquei com um conhecimento mais alargado sobre esta "cicatriz" do nosso corpo.

Com efeito, já tinha pensado que poderia ser um órgão, mas enganei-me redondamente. Não o é, e nem sequer está ligado seja a que órgão for.

Não passa de uma "recordação", na medida em que significa que estivemos ligados à nossa mãe, durante a gravidez desta. 

Vou resumir o que li: todos os nascidos dependem do útero da mãe e estão dentro de uma bolsa, com o nome de placenta. "Flutuamos" num líquido, chamado amniótico. 

Como o bebé não consegue alimentar-se nem respirar por si, tem a ajuda da mãe , porque está ligado a ela pelo cordão umbilical (uma espécie de um tubinho por onde passam os nutrientes essenciais, enviados pela sua progenitora, bem como o oxigénio): pois é verdade: tudo o que ela ingere passa para o novo ser.

Quando se nasce, os profissionais de saúde que assistem ao parto, cortam logo o cordão umbilical, sinal de que a criança começa a respirar por si própria. 


imagem obtida in: blog.yogi.baby

Então, depois do nascimento, o aspeto importante da alimentação que passa a ter: a mãe amamenta o bebé (diretamente de forma física e natural) ou então, no caso de não ter leite suficiente, ou algo que o impeça, o bebé é alimentado doutra forma porque há outras alternativas de lhe fornecer o leite (ex: o biberon), sempre sob indicação médica. 

Sem comer é  que nãofica !!! Isso não acontece, tal é o "berreiro"!!! 😁😂😆

Conclusão: o umbigo é uma cicatriz que resultou do corte do tal cordão umbilical (ligação entre a mamã e o bebé enquanto ele está no útero dela, em gestação).


Fases do leite materno
imagem obtida in maemequer.pt
(bebé a ser amamentado diretamente do seio da sua mãe)


bebê mamadeira quantidade
imagem obtida no blog:https://blog-pt.kinedu.com
(bebé alimentado a biberon)

sábado, 29 de novembro de 2025

Teixeira de Pascoaes - uma reflexão sua sobre Camilo Castelo Branco

imagem in: pt.wikipedia.org


"O Porto é a cidade de Camilo"

Teixeira de Pascoaes 

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Sebastião da Gama e o seu poema "pelo sonho é que vamos"

imagem in: leituria.com


"Pelo SONHO é que vamos.

comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos, 

pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos,

Basta a esperança naquilo

que talvez não faremos.

Basta que a alma demos, 

com a mesma alegria,

ao que desconhecemos

e do que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos? 

- Partimos. Vamos.  Somos." 

Sebastião da Gama

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

António Nobre: um poema dedicado ao rio Mondego

imagem obtida in: www.olx.pt


"Vou encher a bilha e trago-a

Vazia como a levei!

Mondego, qu' é da tua água ,

Qu' é dos prantos que eu chorei?"

(António Nobre)


Já que o poeta se refere à região de Coimbra, 

partilho mais esta quadra: 


"Coimbra p' ra ser Coimbra

três coisas há-de contar

guitarras, tricanas lindas

capas negras a adejar"

(cancioneiro popular)

imagem conseguida em: atoga.pt

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Bíblia: uma história maravilhosa sobre a multiplicação dos peixes


Pintura "A multiplicação dos peixes", de Rafael. — Foto: Wikimedia Commons
imagem (foto) obtida in: Wikipedia Commons

Pintura "A multiplicação dos peixes", de Rafael.
 

Vou contar uma história que se encontra narrada na Bíblia e que muitos de nós já conhecemos.

Depois de num determinado dia Jesus ter falado aos que o ouviam nas terras da Galileia, resolveu entrar na embarcação de Pedro, seu discípulo  e pescador, pedindo-lhe que lançasse as redes ao mar.

Pedro ficou um pouco contrariado, porque se encontrava muito cansado, bem como os seus companheiros, na medida em que tinha passado a noite toda a trabalhar e nada tinham pescado.

Não era costume a faina piscatória ter lugar de manhã. Era mais fácil serem bem sucedidos durante a noite. Logo, o pedido de Jesus, deixou Pedro admirado com o pedido de Jesus. 

Mas, mesmo assim, resolveu obedecer ao anseio de Jesus. Lá lançaram as redes ao mar e, quando resolveram puxá-las, estavam muito pesadas por virem tão carregadas de peixe, que resolveram pedir auxílio aos pescadores de uma outra embarcação. Eram "toneladas" de peixe, a carga era enorme ao ponto de as embarcações quase irem ao fundo.

Levaram as redes para a praia, carregadinhas de tanto alimento com que o mar os presenteara. 

E foi nesse momento que os pescadores perceberam que o que se tinha passado fora um milagre de Jesus.

Esta história pode ler-se na Bíblia em Lucas 5:1 - 11.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Soluções das adivinhas publicadas a 20 de novembro. O prometido é devido...

Exemplos de adivinhas infantis em balões de fala.
imagem obtida in: escolakids, uol.com.br


Ora então:
 
Aqui estão as Soluções das adivinhas que publiquei no meu post de dia 20 de novembro:

1 - 1, 2 e 3  (1+2+3=6   e   1 x 2 x 3 = 6)

2 - Sete 

3 - Balança

4 - Nuvem

domingo, 23 de novembro de 2025

Oceanos: a sua proteção é uma tarefa de todos nós

imagem obtida in: in infoescola.com

Gostaria de dedicar esta minha publicação a uma reflexão conjunta sobre a vida dos Oceanos, que, como todos sabem, devido a vários fatores, se encontram em perigo.

Os Oceanos são indispensáveis à vida do nosso Planeta, pois para nós, humanos, representam um papel fundamental, e não menos para os animais e plantas que neles vivem. 

Fornecem-nos a todos(humanos/animais/plantas) muitos recursos: o alimento de que necessitamos, o acolhimento quando dele precisamos, a ligação entre os vários países do mundo. 

Uma outra função sua e muito importante (principalmente para os meteorologistas e cientistas dos fenómenos que surgem na natureza) é a sua grande ajuda na definição do clima.

O aquecimento global e a poluição constituem uma grande ameaça para o nosso querido Planeta Terra. Para além disso, há uma abuso em relação à pesca: um excesso da parte de muitos países.

Claro que todos temos consciência destes problemas todos e é por isso que, no meu título falo de que TODOS NÓS temos de fazer a parte que nos cabe, tratando os mares, os oceanos, as praias, como eles merecem - dando-lhes a qualidade de vida que eles merecem!

Não é só servirmo-nos deles para o que nos convém, é preciso termos "atitude", sermos "conscienciosos" e :

  • não deitar lixo nem químicos ao mar
  • não maltratar as praias, deixando-as umas autênticas "lixeiras" depois de lá passarmos uma manhã, uma tarde, ou o dia inteiro; pelo contrário, devemos manter a areia sempre limpa
  • utilizar os contentores de reciclagem das praias 
  • não arrancar nem levar connosco as plantas que observamos fazerem parte da praia, vivendo nas areias, nas dunas ou até junto às costas marinhas
  • reduzir a nossa pegada de carbono

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Origem, significado e história de algumas palavras de origem bíblica

imagem in: globaltranslations.com.br


Usamos muitas palavras no nosso dia-a-dia que nem "sonhamos" que vêm da Bíblia; outras, ouvimo-las, mas não conhecemos a sua origem. 

Acrescento assim neste meu post, mais alguns exemplos como continuação de outras já por mim publicadas anteriormente. A lista dessas palavras e expressões é infinita e voltarei a ela, sempre que me dispuser a partilha-la.

Então, mais alguns exemplos de palavras de origem bíblica:

Maná - alimento milagroso dado por Deus ao povo de Israel no deserto 

Sábado - dia de descanso sagrado

Génesis - origem, início

Dilúvio - grande inundação

Faraó - título dos reis do Egito, frequentemente mencionado na Bíblia

Babel - confusão de línguas, origem do termo "balbúrdia"

Samaritano - pessoa bondosa, inspirada na parábola do Bom Samaritano

Fariseu - pessoa hipócrita, baseada no comportamento dos Fariseus nos Evangelhos

Judas - traidor

Bênção - graça divina

Páscoa - celebração religiosa judaica e cristã

Santuário - local sagrado

Hoje, fico-me por aqui, mas como há muitas mais, incluindo expressões idiomáticas, um dia destes continuarei a postá-las!

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Adivinhas para os mais pequenos

imagem in: brincacomigo.pt


1 - Há três números que dão o mesmo resultado quando somados ou multiplicados por eles próprios (exclui o zero). Quais são esses números?

2 - Se um casal tem quatro filhas (4) e cada uma das meninas tem um irmão, qual o número de pessoas que compõem essa família?

3 - Qual é a coisa, qual é ela, que tem sempre o mesmo tamanho, seja qual for o seu peso?

4 - O que é, o que é, que não tem asas mas voa, não tem olhos mas chora?

Agora, vamos lá brincar um pouco e puxar por essa cabecinha... (as soluções aparecem no post que publicarei na próxima segunda-feira, dia 24 de novembro de 2025. Prometo!).

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Anedotas para dispor bem

(As anedotas deste vídeo são mais para adultos)...



E mais esta, para todos:

O filho pergunta ao pai:

- Pai, sabes como se chama um pato que nunca se entende com os outros patos?

- Não, filho, nunca pensei nisso. Mas então, diz-me lá tu que nome lhe dão?

- ANTIPÁTICO!

sábado, 15 de novembro de 2025

"Enfiar o barrete" ou "enfiar a carapuça" é uma expressão idiomática utilizada com frequência

imagem obtida em : portuguesices.com

"Enfiar o barrete" ou "Enfiar a carapuça" praticamente significam o mesmo, como os exemplos mais abaixo o demonstram.

Torna-se engraçado na medida em que gosto de pesquisar estas expressões pela curiosidade que despertam em mim: fico a conhecer o seu verdadeiro sentido e a sua história - sim, porque as expressões contêm um conjunto de palavras que têm sempre uma significação e uma história. 

Ao conhecê-las, acabam por me divertir imenso, pois daí infiro a riqueza, a variedade de sentidos e até alguns aspetos linguísticos da nossa língua, que gosto muito de aprofundar.

Então aqui vai a partilha desta pesquisa, baseada na fonte de que me socorri:


Hoje, iremos explicar duas expressões que contêm referência a um tipo de chapéu de forma cónica feito de lã ou pano conhecido como barrete ou carapuça.

A primeira é enfiar um barrete ou a carapuça a alguém e descreve uma situação em que uma pessoa é enganada, burlada ou ludibriada. Em Lisboa, é frequente encontrar-se pessoas a vender na rua, mas os artigos que nos tentam vender, ou melhor dizendo impingir, nem sempre são da melhor qualidade ou podem até ser roubados. Portanto é necessário ter muito cuidado.

Esses vendedores abordam e tentam vender os seus artigos sobretudo aos turistas, não é?

Sim, porque frequentemente os locais já conhecem as suas “técnicas de venda” e não caem tão facilmente na ratoeira.

Mas os produtos comercializados por esses vendedores ambulantes são geralmente bastante mais baratos do que os vendidos nas lojas.

É verdade. Os seus produtos são mais baratos não apenas porque estes vendedores não pagam impostos nem têm despesas mas também porque a qualidade dos artigos que nos querem vender é inferior ou apresentam imperfeições ou defeitos e, por isso, é importante ter cuidado para não sermos enganados e evitar que nos enfiem um barrete.

Eis alguns exemplos de como se enfia a carapuça a alguém:

— Comprei um telefone no Martim Moniz e o vendedor assegurou-me que estava desbloqueado mas quando cheguei a casa e tentei colocar o meu cartão, descobri que não era verdade. Era um vendedor muito simpático, mas considerando o preço do telemóvel eu devia ter desconfiado que estava a enfiar-me a carapuça!

— Na Feira da Ladra há imensas bicicletas à venda. E são todas baratíssimas.
— Tem cuidado! Muitas dessas bicicletas são roubadas e nunca se sabe se o dono apresentou queixa à polícia. Não deixes que te enfiem um barrete!

— Hoje tentaram vender-me um relógio de marca a €20.00 mas eu desconfiei da pechincha e não deixei que me enfiassem um barrete.

— Fui ao talho comprar um bife de alcatra mas o talhante tentou vender-me gato por lebre.
— Como assim?
— Eles não tinham alcatra e tentaram impingir-me uma carne cheia de gordura e nervos dizendo que era filé mignon… mas eu não fui na conversa fiada deles e fui a outro talho.
— Fizeste bem em não deixar que te enfiassem a carapuça.

A segunda expressão é: se a carapuça serviu, que sugere uma admissão ou reconhecimento de culpa por parte de quem decide usar a dita carapuça, como nos seguintes exemplos:

— As pessoas que não gostam de ler são burras.
— Eu não gosto de ler, estás a chamar-me burra?
Se a carapuça serve

— Não gosto nada de piadas sobre louras!
— Porquê? A carapuça não te serve pois tu és morena…
— Essas piadas são um insulto a qualquer mulher, independentemente da cor do seu cabelo.

Esta expressão apresenta várias variações, não é?

Na realidade apenas o verbo varia mas sim ouve-se dizer: a carapuça é para quem lhe serve; a carapuça é para quem lha põe; e a carapuça é para quem a enfia, como nos seguintes exemplos:

— A honestidade é uma virtude que tu não tens…
— Estas a acusar-me de ser mentirosa?????
A carapuça é para quem a põe…

— É bem verdade que a carapuça é para quem a enfia. Comentei com a minha sogra que não gostava nada de coscuvilhar a vida dos outros e ela ficou toda ofendida.
— Ninguém gosta que lhe digam para se meter na sua vida… seja direta ou indiretamente.

— O meu chefe acha que sou preguiçosa porque não entreguei o relatório a tempo e horas e repreendeu-me em público. Fiquei muito ofendida.
A carapuça é para quem lhe serve.

Existe ainda o idiomatismo qual + adjectivo, qual carapuça que é usado quase exclusivamente no discurso oral e muito informal para sublinhar incredulidade ou dúvida sobre a afirmação que acabou de ser feita.

— A água está bastante fria.
Qual fria, qual carapuça! Está espetacular.

— A sopa está salgada.
— Qual salgada, qual carapuça!!!! É assim mesmo que eu gosto!

VER MAIS:



FONTE:

https://observalinguaportuguesa.org

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

"O negro do rádio de pilhas" - quem canta é o famoso Rui Veloso

O Negro Do Rádio De Pilhas / Rui Veloso

Vem descendo a avenida 
Negro do rádio de pilhas T
odo contente da vida 
Porque não chove e o sol brilha 
Uá, bã-bã-bã-uoh 
Batilha comprida e carapinha 
Com um visual garrido
Dançando enquanto caminha 
Rádio colado ao ouvido 
Iê, 
gã-gã-gã-uoh 
Uh-uh-uh-ah-ah-uoh 
Sei de quem tem hi-fi, oh
E lê enciclopédia

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

"O tempo da outra senhora" e o verdadeiro significado desta expressão

Homem, mulher café retro
imagem obtida in: https://www.publicdomainpictures.net


A minha pesquisa de hoje incide numa expressão curiosa que pode levar a outras interpretações diferentes da verdadeira, que é a que se segue:


'A expressão «o tempo da outra senhora» é hoje, realmente, muitas vezes utilizada quando nos referimos ao regime do Estado Novo em que havia censura e um regime de partido único. No entanto, a «outra senhora» não significa nem «censura» nem «ditadura», mas, sim, mesmo uma outra senhora. 

Explicando, esta expressão é anterior ao 25 de Abril e tem origem nas relações domésticas. A Senhora era a dona da casa e aí punha e dispunha. Era ela que ditava as leis da organização da casa, a serem cumpridas pela criadagem. Quando a senhora da casa morria, havia uma nova senhora (a filha, a nora, a nova mulher do viúvo que entretanto casaria), a ditar a organização da casa, e essa organização sofria alguma alteração; a forma de gerir era, naturalmente, diferente. E surge então a expressão «o tempo da outra senhora», distinto do actual. 

Quando muda o regime político, mudam as leis, muda a forma de organização do país e, por analogia, começa, então, a falar-se do tempo da «outra senhora» quando se pretende referir situações relativas a essa época anterior, situações essas que agora não existem ou foram alteradas.'

FONTE:
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, 
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-tempo-da-outra-senhora/13622 [consultado em 12-11-2025]

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

"Favela": conhecemos o verdadeiro significado e origem deste "brasileirismo"?

Favela - Submundo Periférico
(favela - planta)
imagem em: submundoperiferico.com

Há dias, num pequeno debate numa aula entre colegas de uma escola de língua francesa que frequento, fiquei a saber que a palavra "favela" não tem só o sentido de aglomerações de barracas no Rio de Janeiro, mas também se refere a uma espécie de "fava", uma leguminosa ou até a um género de  mandioca brava.

Resolvi encetar esta pesquisa e, claro, encontrei uma explicação muito completa, pormenorizada e até científica, da história desta palavra (e com as devidas fontes):

Então,  aqui fica a minha partilha da pesquisa de hoje e com " devida vénia" em relação às "fontes" de que me socorri para elaborar este post (a transcrição da pesquisa está em português do Brasil e selecionei o que mais interessava conhecer).

"(FAVELA, (...) Conjunto de casebres toscos e miseráveis, geralmente em morros, onde habitam marginais (...)."
"as faveleiras são arbustos muito esgalhados (Jatropha phyllacantha), e pela segunda, a mesma faveleira é o nome vulgar de uma árvore (Cuidosculus phyllancanthus), da família das euforbiáceas. Daí se infere que as denominações favela, faveleira, faveleiro abrigam vegetais de diferentes nomes científicos e até de diferentes famílias."

Etimologia da palavra FAVELA 

Aqui temos um excelente conjunto de matérias sobre a ETIMOLOGIA da palavra FAVELA, escrita por Márcio José Lauria inicialmente enviada pelo Guia Jimmy Havellock Campbell, seguindo a Rosario Amaral que enviou matéria sobre Histórico Ilustrado da Favela e adicionado por mim com um relato em Espanhol e a seleção de outro escrito por Francisco de Paula Melo Aguiar. (Gerardo Millone)

O significado de âmbito nacional que assumiu o vocábulo FAVELA, embora decorrência da campanha de Canudos, nem chegou, muito provavelmente, a ser do conhecimento de Euclides da Cunha. 

O primeiro emprego de Favela, em Os Sertões, tem acepção geográfica: “Todas traçam, afinal, elíptica curva, fechada ao sul por um morro, o da Favela, em torno de larga planura ondeante onde se erigia o arraial de Canudos – e daí, para o norte, de novo se dispersam e decaem até acabarem em chapadas altas à borda do S. Francisco” ...(...)
...(...) “As favelas, anônimas ainda na ciência – ignoradas dos sábios, conhecidas demais dos tabaréus – talvez um futuro gênero cauterium das leguminosas, têm, nas folhas de células alongadas em vilosidades, notáveis aprestos de condensação, absorção e defesa.” 
Pedro A. Pinto, no raríssimo Os Sertões de Euclides da Cunha (Vocabulário e Notas Lexiológicas), Rio, Francisco Alves, 1930, assim define o verbete Favela: 
“1. Monte ao sul de Canudos. 
2. Faveleira. Planta euforbiácea, ou segundo Euclides, leguminosa”. 
(...)
Um parêntese relevante: meu exemplar da citada obra de Pedro A. Pinto é xerocopiado. São mais de 300 páginas bem legíveis e belamente encadernadas, preciosa oferta do pranteado amigo e euclidiano Moisés Gicovate. 
Quanto à classificação botânica moderna, louvo-me nas informações do Prof. Geraldo Majella Furlani, que me indicou os trabalhos “Contribuição ao estudo da caatinga pernambucana”, de Walter Alberto Egler, estampado na Revista Brasileira de Geografia, ano XII, n.º 4, IBGE, Rio, 1951, e A Vegetação Brasileira, de Mário Guimarães Ferri, Editora da USP, 1950. 
Pela primeira fonte, as faveleiras são arbustos muito esgalhados (Jatropha phyllacantha) (...) e pela segunda, a mesma faveleira é o nome vulgar de uma árvore (Cuidosculus phyllancanthus), da família das euforbiáceas (...) Daí se infere que as denominações favela, faveleira, faveleiro abrigam vegetais de diferentes nomes científicos e até de diferentes famílias. 
Mas o objetivo principal deste estudo prende-se aos desdobramentos de significações linguísticas com repercussões sociais sofridos pela palavra Favela. O que parece fora de dúvida é que no morro da Favela, ao sul de Canudos, havia árvores ou arbustos conhecidos por favela. E desses vegetais originou-se o nome do mesmo morro. Ocorreu, assim, um caso de eponímia, ou seja, situação em que o nome de coisas ou de lugares é tirado de outras coisas ou de pessoas. Por ter dado nome a um lugar, no caso um morro, favela (planta) desempenhou a função de epônimo. 

Quanto à etimologia de favela, há duas hipóteses: 
Antônio Geraldo da Cunha, no Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, Rio, 1982, liga o termo a fava. 
José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Lisboa, Livros Horizonte, 4.ª ed., 1987, relaciona-o com favo. 
Compartilho a opinião de Cunha. 
Antenor Nascentes não consigna o termo em seu pioneiro Dicionário Etimológico, Rio, 1932, no qual trata apenas de substantivos comuns. Mas no tomo II, 1952 (nomes próprios), fornece preciosas informações no “Aditamento”. Transcrevo: “FAVELA. Morro da Bahia, em Canudos. De favela, diminutivo de fava, que deve ser um brasileirismo, pois os léxicos portugueses não dão. Favela é nome de um arbusto que Euclides da Cunha, Os Sertões, 41, aponta como sendo da família Leguminosae (a que pertence a fava). Morro do Distrito Federal, antigo da Providência. Tomou este nome depois da campanha de Canudos (1896-7). Veteranos da campanha pediram permissão ao ministério da Guerra para construir casas para suas famílias no morro da Providência. Daí por diante, o morro, seja como recordação da campanha, seja por alguma semelhança de aspecto ou por estar sobranceiro à cidade, como o de Canudos, passou a chamar-se da Favela, nome que se tornou por assim dizer nacional”. 
Dois esclarecimentos ao texto de Nascentes: 
A citação de Os Sertões é a mesma que indico estar às páginas 37 e 38 da edição que uso. 
Distrito Federal é referência à cidade do Rio de Janeiro, capital do País até 1960. 
Na verdade, favela passou a termo de aplicação nacional, voltando a ser empregado como substantivo comum, com sentido nitidamente pejorativo: “FAVELA, (...) // Conjunto de casebres toscos e miseráveis, geralmente em morros, onde habitam marginais (...).” (Dicionário Caldas Aulete, Rio, Delta, Edição Brasileira, 1958.) 
O Lello Universal, Porto, s.d., em edição da década de 40, é mais radical: 
“FAVELA, s.f. Brasileirismo. Neologismo. Planta das caatingas. - Morro habitado por gente baixa, arruaceira. Por analogia: lugar de má fama, sítio suspeito, freqüentado por desordeiros”. 
O Novo Dicionário Aurélio, Rio, Nova Fronteira, 2.ª edição, 1986, ameniza sobremaneira a definição do termo, adaptando-a à realidade, que faz não só marginais habitarem favelas: “favela. (...) 1. Conjunto de habitações populares, toscamente construídas (por via de regra em morros) e desprovidas de recursos higiênicos”. (...) 
O Michaelis – Dicionário Prático da Língua Portuguesa -, São Paulo, Melhoramentos, 1987, segue a mesma linha: “ Favela, s.f. Aglomeração de casebres ou choupanas toscamente construídas e desprovidas de condições higiênicas”. 
O Novo Aurélio Século XXI, Rio, Nova Fronteira, 3.ª ed., 1999, adota a mesma redação do Aurélio de 1986 e dá como sinônimos morro (RJ) e caixa-de-fósforo (SP), além de registrar favelado como “habitante de favela”, assim como desfavelar (“acabar com favela existente em”), desfavelamento (“ato ou efeito de desfavelar”) e favelizar-se (“adquirir aspecto ou condição de favela”). 
A imprensa, vez por outra, vem empregando favelizar (não pronominal) no sentido de “implantar-se uma favela”. O substantivo correspondente é favelização. 
Nenhuma referência dicionarizada a favela é, porém, mais completa no aspecto social do que a do Padre Fernando Bastos de Ávila, S.J., em sua Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, Rio, MEC/FENAME, 2.ª edição revista e atualizada, 1972; creio, contudo, que a explicação dada à ocupação do morro no Rio de Janeiro é menos adequada do que a de Antenor Nascentes: 
“FAVELA. Etimologicamente é um termo latino que significa pequena fava. Historicamente, é o nome de uma pequena colina de uma região da Bahia, de onde provieram os migrantes que se instalaram, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, nas imediações da Estação Pedro II da Central do Brasil. 
Ocuparam, na ocasião, uma pequena elevação, que, pela semelhança com a colina baiana, chamaram de favela. 
Daí o nome se estendeu a todas as aglomerações de barracos construídos na cidade do Rio de Janeiro, seja em escarpas, seja em regiões planas, em geral alagadiças, e que apresentam as seguintes características: 
1) ocupação efetiva do terreno, sem título jurídico que dê aos ocupantes a posse legal do mesmo; 
2) carência de serviços básicos de qualquer aglomeração urbana, principalmente água e esgotos; 
3) precariedade das construções dos barracos, feitos pelos próprios moradores, não só sem nenhum plano de conjunto que os proteja contra incêndios e facilite a circulação, como sem garantias de estabilidade contra a ação das intempéries, especialmente das chuvas torrenciais; 
4) condições subhumanas de vida, em especial devidas à exigüidade do espaço que obriga a uma vida de promiscuidade. (...) 

As favelas são o resultado de dois fatores básicos: 
1) o ritmo das migrações internas (...); 
2) o baixo nível dos salários. (...) Não existe uma solução única para todas as favelas; nem se pode tratar de erradicá-las para as transplantar para as zonas periféricas, porque a favela não é um fenômeno vegetal, e sim humano: nem se trata de urbanizá-las todas ‘in loco’, porque muitas estão localizadas em sítios que exigiriam custos vultosíssimos para o mínimo de condições indispensáveis de urbanização. (...)” 
Num dos buscadores internacionais de assuntos da Internet – Google -- estão consignadas mais de cento e oitenta mil referências ao termo, quase todas no seu sentido mais atual, como Rádio Favela, Favelatour, Rocinha – the biggest slum in South America. 
Sinônimos em outros países subdesenvolvidos: comuna, población, barrio de miseria, toma de tierra, slum, pueblo joven... 

EM SUMA: 
No Brasil, o vocábulo FAVELA teve a seguinte trajetória significativa: 
1. Substantivo comum, designativo de arbustos e árvores da caatinga; 
2. Substantivo próprio; epônimo de um morro situado nas proximidades de Canudos.
3. Substantivo próprio: topônimo de um morro na cidade do Rio de Janeiro. 
4. Substantivo comum, com sentido depreciativo, ligando-se a habitações de marginais; 
5. Substantivo comum, perdido o sentido depreciativo e evidenciada a significação socioeconômica do tipo de habitação popular que designa; 
6. A partir da acepção atual, abertura da possibilidade de formação de substantivos, verbos e adjetivos cognatos, alguns ainda não dicionarizados. 
...(...)...(...)...
MÁRCIO JOSÉ LAURIA 
© Copyright CASA DE CULTURA EUCLIDES DA CUNHA. All Rights Reserved. 
FONTE: oguialegal.com

De onde vem a palavra “favela”? | Super
imagem em: super.abril.com.br

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Marco Aurélio - imperador romano e algumas meditações suas

Retrato do Imperador Marco Aurélio - Wikisource
imagem in: wikisource.org
Retrato do Imperador Romano Marco Aurélio, feito por ele próprio,
no primeiro livro das suas reflexões


Nas suas MEDITAÇÕES, Marco Aurélio  (séc. II) transmite-nos mensagens Maravilhosas:


espanto-me  muitas vezes com o facto de, 

apesar de o homem se amar a si próprio

mais do que a qualquer outro ser humano,

subestimar mais a sua própria capacidade

de julgamento do que a opinião alheia.


outra maravilhosa  Meditação deste mesmo pensador:

Rende-te à fatalidade do teu próprio

livre arbítrio.


E para terminar,

Mesmo habitando um palácio, é possível viver bem.

domingo, 2 de novembro de 2025

Vitamina D: comemora-se hoje o seu dia! Vantagens: lê-las para as conhecer

Deficiência de Vitamina D - Dra. Sílvia Souza - Endocrinologia e Metabologia
imagem obtida in: https://drasilviasouza.med.br

Com a devida vénia, partilho este artigo sobre a importância da Vitamina D
 nas nossas vidas, mantendo o equilíbrio mineral do nosso organismo.

(A FONTE é referida no final do artigo)


Vitamina D: O que a torna tão importante?

Colaboração


Apesar de Portugal ser um país com bastante sol, cerca de 78% da população apresenta níveis insuficientes de vitamina D.

Trata-se de uma epidemia silenciosa que pode ter consequências para a saúde, uma vez que esta desempenha um papel essencial no sistema imunitário, na saúde dos ossos e até na prevenção de doenças como a depressão.

O que é e para que serve?

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel. Essencial para manter o equilíbrio mineral do organismo, em particular para a regulação dos níveis de cálcio e de fósforo no sangue. As formas mais importantes são a vitamina D3 (colecalciferol) e a vitamina D2 (ergocalciferol). 

As principais funções destes compostos incluem: Absorção intestinal de cálcio e fósforo;
Manutenção do normal funcionamento do sistema imunitário;
Crescimento e normal desenvolvimento dos ossos e dentes;
Diminuição do risco de desenvolver doenças infeciosas.

Inúmeros estudos têm procurado estabelecer o papel desta vitamina na prevenção de doenças como a gripe sazonal e a depressão. Assim como do seu impacto na redução do risco de doenças crónicas como a Diabetes Mellitus tipo 2 e doenças cardíacas.

Quais as principais fontes de Vitamina D?

Uma pessoa saudável necessita de 600 a 800 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, que podem ser obtidas através da: Exposição Solar 

A principal fonte natural desta vitamina é a síntese dérmica, que ocorre através da exposição da pele à luz solar, levando à formação da vitamina D3 (colecalciferol). Estima-se que uma breve exposição dos braços e do rosto seja equivalente à ingestão de cerca de 200 unidades internacionais (UI) por dia. No entanto, é importante lembrar que apanhar sol de forma prolongada e desprotegida pode ter riscos para a saúde. Por isso, deve ser feita com precaução e com as devidas medidas de proteção. 

Alimentação

A grande maioria dos alimentos não contém Vitamina D, sendo poucos os que são naturalmente ricos neste composto. Alguns que podem contribuir para o seu reforço incluem: 
Óleo de fígado de peixe; 
Peixes gordos (atum, salmão, sardinha, entre outros); 
Carne vermelha; 
Ovos, principalmente a gema;
Alguns cogumelos. 

Atualmente, existem vários alimentos processados fortificados com Vitamina D, como certos produtos lácteos e cereais de pequeno-almoço.

Suplementação

Quando as análises revelam uma deficiência de vitamina D e existem fatores não modificáveis que contribuem para esse défice ou dificultam a sua absorção, o médico poderá recomendar a suplementação. Atualmente, existe uma ampla variedade de suplementos disponíveis no mercado, mas a sua toma deve ser sempre feita sob orientação de um profissional de saúde, que avaliará a solução mais adequada a cada caso.

Cuidados na suplementação:

É importante não exceder a dose recomendada de vitamina D, pois o seu excesso pode levar a efeitos colaterais como hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue).
Pessoas com patologias como, insuficiência renal, hipercalcemia e hiperparatireoidismo, devem ter especial cuidado ao tomar suplementos de vitamina D.

Possíveis problemas de saúde associados ao défice de Vitamina D

As manifestações clínicas variam consoante a gravidade e a duração da carência. A maioria dos doentes tem um défice ligeiro a moderado, sendo geralmente assintomáticos. Contudo, quadros mais severos estão associados a alguns problemas, tais como:

Osteomalacia: A osteomalacia no adulto e a osteomalacia e raquitismo na criança são algumas das consequências possíveis, apesar de atualmente serem incomuns. Os sintomas associados incluem dor óssea, fraqueza muscular, fraturas e dificuldade na marcha.

Esclerose Múltipla: Em 2006, nos Estados Unidos da América, um estudo demonstrou que indivíduos com défice de vitamina D têm duas vezes maior probabilidade de desenvolver esta doença.

Doenças coronárias: Tais como a angina de peito, o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca e a doença arterial periférica.

Grupos de Risco: As crianças, por estarem em fase de crescimento, são particularmente suscetíveis a doenças esqueléticas associadas à falta de vitamina D. Contudo, condições como a osteomalacia (ossos desmineralizados e mais frágeis) ou o raquitismo, são atualmente raras nos países desenvolvidos. 

Os idosos são particularmente vulneráveis ao défice de vitamina D, devido à diminuição da ingestão diária de alimentos e da exposição solar, à redução da espessura da pele, a dificuldades na absorção intestinal e a alterações do metabolismo. A osteomalacia, associada à fraqueza muscular, leva a um aumento muito significativo do risco de fraturas. 

Quanto às grávidas, a carência de vitamina D é frequente, sobretudo durante os meses de inverno. Está associada a um aumento do risco de pré-eclampsia, diabetes gestacional e parto prematuro. Os fetos de mulheres com défice desta vitamina podem apresentar atraso no crescimento, baixa estatura, , maior risco de vir a desenvolver asma e um sistema imunitário menos capaz.

REVISÃO CIENTÍFICA: Dra. Sofia Guimarães

FONTE: Hospital Lusíadas Paços de Ferreira 

sábado, 1 de novembro de 2025

Dia de Todos os Santos

Todos os Santos
imagem obtida em vaticannews.va


Solenidade de Todos os Santos 

A Solenidade de Todos os Santos começou no Oriente, no século IV. Depois, difundiu-se em datas diferentes. Em Roma, dia 13 de maio; na Inglaterra e Irlanda, a partir do século VIII, dia 1º de novembro, uma data que também foi adotada em Roma, a partir do século IX.

Vatican News

Ao final do século II, já era grande a veneração dos Santos. No início, os santos mártires, aos quais os Apóstolos foram logo assimilados, eram testemunhas oficiais da fé.

Depois das grandes perseguições do Império Romano, homens e mulheres, que viveram a vida cristã, de modo belo e heroico, começaram a tornar-se, paulatinamente, exemplos de veneração: o primeiro santo, não mártir, foi São Martinho de Tours. (in: vaticannews.va)

1 DE NOVEMBRO - DIA DE TODOS OS SANTOS (Excerto) - SARRABAL
imagem in: https://sarrabal.blogs.sapo.pt/


Dia de Todos os Santos 


FERIADO 

O Dia de Todos os Santos é comemorado anualmente a 1 de novembro em honra aos santos conhecidos e desconhecidos, mártires e cristãos heroicos celebrados ao longo do ano. 

Neste dia é também celebrado (por antecipação) o dia dos Fiéis Defuntos, que se celebra a 2 de novembro. 

Origem da Celebração do Dia de Todos os Santos 

A origem da festa remonta ao século II, quando os cristãos começaram a honrar os que tinham sido perseguidos e martirizados por causa da sua fé. Foi o Papa Gregório III que no século VIII dedicou uma capela em Roma a todas as pessoas que tinham vivido uma existência de acordo com o Evangelho e, por isso, eram consideradas santas. Ele também ordenou que a solenidade fosse celebrada a 1 de novembro. 

Tradições do Dia de Todos os Santos 

Este dia é dedicado a homenagear todos os que já partiram. Por norma, as famílias portuguesas enfeitam as campas dos seus familiares nos cemitérios e ao longo do dia primeiro de novembro visitam os cemitérios para deixar ramos e velas nas lápides. Antes da visita ao cemitério, realizam-se missas nas paróquias e em seguida, faz-se uma procissão até ao cemitério. 

No dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos, nos países anglo-saxões, existe a crença de que as almas dos mortos descem à terra nos locais de nascimento. Por isso, à noite festeja-se o Dia das Bruxas ou Halloween (nome pelo qual é conhecida a noite das bruxas a nível mundial). 

O dia 1 de novembro também é conhecido como o Dia de Pão por Deus, uma data muito aguardada pelas crianças, que saem às ruas com um saquinho a fim de recolher ofertas, como castanhas, nozes, figos e doces. 

Feriado de Todos os Santos O Dia de Todos os Santos é um feriado nacional. Este dia deixou de ser um feriado nacional em 2013, mas o Governo retomou-o em 2016, por acordo com a Santa Sé.

Pesquisei em calendarr.com 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

"Ficar em águas de bacalhau": origem e significado desta expressão

Ficar em água de bacalhau" - Significado das expressões - YouTube
imagem in YouTube.com


É uma expressão muito conhecida e que usamos com frequência.

Normalmente, quer dizer, que ficou sem efeito um projeto qualquer que tínhamos em mente, não se chegou a concretizar. 

Na minha pesquisa habitual, desta vez decidi procurar a origem e significado desta expressão no site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa:

A origem da expressão «águas de bacalhau»

Qual a origem da expressão «águas de bacalhau» ou «ficou tudo em águas de bacalhau»?

'Orlando Neves aventa a seguinte explicação no seu Dicionário das Origens das Frases Feitas (Lello & Irmão Editores. Porto, 1992):

«Uma das tradições mais arreigadas nos pescadores portugueses diz respeito à faina dos bacalhoeiros nos mares da Terra Nova ou Gronelândia. Além dos êxitos e aventuras desse tipo de pesca, muitas tragédias ocorreram, muitos homens morreram, muitas cargas e barcos ficaram nestas águas para sempre.

Se o sentido da frase é qualquer coisa [como] "se perder", "ficar sem efeito", "não chegar a bom termo", "se frustar", parece razoável supor-se a sua origem na actividade piscatória dos bacalhoeiros.»

Acrescente-se que, além do sentido de «ficar sem efeito», «dar em nada» – que talvez possamos associar à inutilidade da água em que se demolhou o bacalhau – há situações em que a expressão tem outros significados:

1 – acalmar, serenar:

«Chegamos à esquadra e sentaram-nos num lado e ao outro grupo do lado contrário da sala e começaram a tirar-nos as identificações e mais não sei o quê! Tudo isto corria na paz dos anjos, quando surge um idiota dum chui a dizer que seríamos acusados como grupo agressor, o que fez com que se desencadeasse um pequeno motim na esquadra, só posto em águas de bacalhau, quando quatro agentes se puseram a servir de muro de Berlim entre nós e os otários.» 

In http://blogadelas.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_04.html

2 – ver-se em maus lençóis, em dificuldades:

«Sim, eu sei que não será culpa sua, mas, se você desembarcar em Lisboa sem um bom domínio do idioma, poderá ver-se de repente em terríveis águas de bacalhau.» 

In http://www.filologia.org.br/vicnlf/anais/caderno02-02.html'

FONTE: in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/origem-da-expressao-aguas-de-bacalhau/16082 [consultado em 31-10-2025]i