quarta-feira, 12 de novembro de 2025

"O tempo da outra senhora" e o verdadeiro significado desta expressão

Homem, mulher café retro
imagem obtida in: https://www.publicdomainpictures.net


A minha pesquisa de hoje incide numa expressão curiosa que pode levar a outras interpretações diferentes da verdadeira, que é a que se segue:


'A expressão «o tempo da outra senhora» é hoje, realmente, muitas vezes utilizada quando nos referimos ao regime do Estado Novo em que havia censura e um regime de partido único. No entanto, a «outra senhora» não significa nem «censura» nem «ditadura», mas, sim, mesmo uma outra senhora. 

Explicando, esta expressão é anterior ao 25 de Abril e tem origem nas relações domésticas. A Senhora era a dona da casa e aí punha e dispunha. Era ela que ditava as leis da organização da casa, a serem cumpridas pela criadagem. Quando a senhora da casa morria, havia uma nova senhora (a filha, a nora, a nova mulher do viúvo que entretanto casaria), a ditar a organização da casa, e essa organização sofria alguma alteração; a forma de gerir era, naturalmente, diferente. E surge então a expressão «o tempo da outra senhora», distinto do actual. 

Quando muda o regime político, mudam as leis, muda a forma de organização do país e, por analogia, começa, então, a falar-se do tempo da «outra senhora» quando se pretende referir situações relativas a essa época anterior, situações essas que agora não existem ou foram alteradas.'

FONTE:
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, 
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-tempo-da-outra-senhora/13622 [consultado em 12-11-2025]

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

"Favela": conhecemos o verdadeiro significado e origem deste "brasileirismo"?

Favela - Submundo Periférico
(favela - planta)
imagem em: submundoperiferico.com

Há dias, num pequeno debate numa aula entre colegas de uma escola de língua francesa que frequento, fiquei a saber que a palavra "favela" não tem só o sentido de aglomerações de barracas no Rio de Janeiro, mas também se refere a uma espécie de "fava", uma leguminosa ou até a um género de  mandioca brava.

Resolvi encetar esta pesquisa e, claro, encontrei uma explicação muito completa, pormenorizada e até científica, da história desta palavra (e com as devidas fontes):

Então,  aqui fica a minha partilha da pesquisa de hoje e com " devida vénia" em relação às "fontes" de que me socorri para elaborar este post (a transcrição da pesquisa está em português do Brasil e selecionei o que mais interessava conhecer).

"(FAVELA, (...) Conjunto de casebres toscos e miseráveis, geralmente em morros, onde habitam marginais (...)."
"as faveleiras são arbustos muito esgalhados (Jatropha phyllacantha), e pela segunda, a mesma faveleira é o nome vulgar de uma árvore (Cuidosculus phyllancanthus), da família das euforbiáceas. Daí se infere que as denominações favela, faveleira, faveleiro abrigam vegetais de diferentes nomes científicos e até de diferentes famílias."

Etimologia da palavra FAVELA 

Aqui temos um excelente conjunto de matérias sobre a ETIMOLOGIA da palavra FAVELA, escrita por Márcio José Lauria inicialmente enviada pelo Guia Jimmy Havellock Campbell, seguindo a Rosario Amaral que enviou matéria sobre Histórico Ilustrado da Favela e adicionado por mim com um relato em Espanhol e a seleção de outro escrito por Francisco de Paula Melo Aguiar. (Gerardo Millone)

O significado de âmbito nacional que assumiu o vocábulo FAVELA, embora decorrência da campanha de Canudos, nem chegou, muito provavelmente, a ser do conhecimento de Euclides da Cunha. 

O primeiro emprego de Favela, em Os Sertões, tem acepção geográfica: “Todas traçam, afinal, elíptica curva, fechada ao sul por um morro, o da Favela, em torno de larga planura ondeante onde se erigia o arraial de Canudos – e daí, para o norte, de novo se dispersam e decaem até acabarem em chapadas altas à borda do S. Francisco” ...(...)
...(...) “As favelas, anônimas ainda na ciência – ignoradas dos sábios, conhecidas demais dos tabaréus – talvez um futuro gênero cauterium das leguminosas, têm, nas folhas de células alongadas em vilosidades, notáveis aprestos de condensação, absorção e defesa.” 
Pedro A. Pinto, no raríssimo Os Sertões de Euclides da Cunha (Vocabulário e Notas Lexiológicas), Rio, Francisco Alves, 1930, assim define o verbete Favela: 
“1. Monte ao sul de Canudos. 
2. Faveleira. Planta euforbiácea, ou segundo Euclides, leguminosa”. 
(...)
Um parêntese relevante: meu exemplar da citada obra de Pedro A. Pinto é xerocopiado. São mais de 300 páginas bem legíveis e belamente encadernadas, preciosa oferta do pranteado amigo e euclidiano Moisés Gicovate. 
Quanto à classificação botânica moderna, louvo-me nas informações do Prof. Geraldo Majella Furlani, que me indicou os trabalhos “Contribuição ao estudo da caatinga pernambucana”, de Walter Alberto Egler, estampado na Revista Brasileira de Geografia, ano XII, n.º 4, IBGE, Rio, 1951, e A Vegetação Brasileira, de Mário Guimarães Ferri, Editora da USP, 1950. 
Pela primeira fonte, as faveleiras são arbustos muito esgalhados (Jatropha phyllacantha) (...) e pela segunda, a mesma faveleira é o nome vulgar de uma árvore (Cuidosculus phyllancanthus), da família das euforbiáceas (...) Daí se infere que as denominações favela, faveleira, faveleiro abrigam vegetais de diferentes nomes científicos e até de diferentes famílias. 
Mas o objetivo principal deste estudo prende-se aos desdobramentos de significações linguísticas com repercussões sociais sofridos pela palavra Favela. O que parece fora de dúvida é que no morro da Favela, ao sul de Canudos, havia árvores ou arbustos conhecidos por favela. E desses vegetais originou-se o nome do mesmo morro. Ocorreu, assim, um caso de eponímia, ou seja, situação em que o nome de coisas ou de lugares é tirado de outras coisas ou de pessoas. Por ter dado nome a um lugar, no caso um morro, favela (planta) desempenhou a função de epônimo. 

Quanto à etimologia de favela, há duas hipóteses: 
Antônio Geraldo da Cunha, no Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, Rio, 1982, liga o termo a fava. 
José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Lisboa, Livros Horizonte, 4.ª ed., 1987, relaciona-o com favo. 
Compartilho a opinião de Cunha. 
Antenor Nascentes não consigna o termo em seu pioneiro Dicionário Etimológico, Rio, 1932, no qual trata apenas de substantivos comuns. Mas no tomo II, 1952 (nomes próprios), fornece preciosas informações no “Aditamento”. Transcrevo: “FAVELA. Morro da Bahia, em Canudos. De favela, diminutivo de fava, que deve ser um brasileirismo, pois os léxicos portugueses não dão. Favela é nome de um arbusto que Euclides da Cunha, Os Sertões, 41, aponta como sendo da família Leguminosae (a que pertence a fava). Morro do Distrito Federal, antigo da Providência. Tomou este nome depois da campanha de Canudos (1896-7). Veteranos da campanha pediram permissão ao ministério da Guerra para construir casas para suas famílias no morro da Providência. Daí por diante, o morro, seja como recordação da campanha, seja por alguma semelhança de aspecto ou por estar sobranceiro à cidade, como o de Canudos, passou a chamar-se da Favela, nome que se tornou por assim dizer nacional”. 
Dois esclarecimentos ao texto de Nascentes: 
A citação de Os Sertões é a mesma que indico estar às páginas 37 e 38 da edição que uso. 
Distrito Federal é referência à cidade do Rio de Janeiro, capital do País até 1960. 
Na verdade, favela passou a termo de aplicação nacional, voltando a ser empregado como substantivo comum, com sentido nitidamente pejorativo: “FAVELA, (...) // Conjunto de casebres toscos e miseráveis, geralmente em morros, onde habitam marginais (...).” (Dicionário Caldas Aulete, Rio, Delta, Edição Brasileira, 1958.) 
O Lello Universal, Porto, s.d., em edição da década de 40, é mais radical: 
“FAVELA, s.f. Brasileirismo. Neologismo. Planta das caatingas. - Morro habitado por gente baixa, arruaceira. Por analogia: lugar de má fama, sítio suspeito, freqüentado por desordeiros”. 
O Novo Dicionário Aurélio, Rio, Nova Fronteira, 2.ª edição, 1986, ameniza sobremaneira a definição do termo, adaptando-a à realidade, que faz não só marginais habitarem favelas: “favela. (...) 1. Conjunto de habitações populares, toscamente construídas (por via de regra em morros) e desprovidas de recursos higiênicos”. (...) 
O Michaelis – Dicionário Prático da Língua Portuguesa -, São Paulo, Melhoramentos, 1987, segue a mesma linha: “ Favela, s.f. Aglomeração de casebres ou choupanas toscamente construídas e desprovidas de condições higiênicas”. 
O Novo Aurélio Século XXI, Rio, Nova Fronteira, 3.ª ed., 1999, adota a mesma redação do Aurélio de 1986 e dá como sinônimos morro (RJ) e caixa-de-fósforo (SP), além de registrar favelado como “habitante de favela”, assim como desfavelar (“acabar com favela existente em”), desfavelamento (“ato ou efeito de desfavelar”) e favelizar-se (“adquirir aspecto ou condição de favela”). 
A imprensa, vez por outra, vem empregando favelizar (não pronominal) no sentido de “implantar-se uma favela”. O substantivo correspondente é favelização. 
Nenhuma referência dicionarizada a favela é, porém, mais completa no aspecto social do que a do Padre Fernando Bastos de Ávila, S.J., em sua Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, Rio, MEC/FENAME, 2.ª edição revista e atualizada, 1972; creio, contudo, que a explicação dada à ocupação do morro no Rio de Janeiro é menos adequada do que a de Antenor Nascentes: 
“FAVELA. Etimologicamente é um termo latino que significa pequena fava. Historicamente, é o nome de uma pequena colina de uma região da Bahia, de onde provieram os migrantes que se instalaram, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, nas imediações da Estação Pedro II da Central do Brasil. 
Ocuparam, na ocasião, uma pequena elevação, que, pela semelhança com a colina baiana, chamaram de favela. 
Daí o nome se estendeu a todas as aglomerações de barracos construídos na cidade do Rio de Janeiro, seja em escarpas, seja em regiões planas, em geral alagadiças, e que apresentam as seguintes características: 
1) ocupação efetiva do terreno, sem título jurídico que dê aos ocupantes a posse legal do mesmo; 
2) carência de serviços básicos de qualquer aglomeração urbana, principalmente água e esgotos; 
3) precariedade das construções dos barracos, feitos pelos próprios moradores, não só sem nenhum plano de conjunto que os proteja contra incêndios e facilite a circulação, como sem garantias de estabilidade contra a ação das intempéries, especialmente das chuvas torrenciais; 
4) condições subhumanas de vida, em especial devidas à exigüidade do espaço que obriga a uma vida de promiscuidade. (...) 

As favelas são o resultado de dois fatores básicos: 
1) o ritmo das migrações internas (...); 
2) o baixo nível dos salários. (...) Não existe uma solução única para todas as favelas; nem se pode tratar de erradicá-las para as transplantar para as zonas periféricas, porque a favela não é um fenômeno vegetal, e sim humano: nem se trata de urbanizá-las todas ‘in loco’, porque muitas estão localizadas em sítios que exigiriam custos vultosíssimos para o mínimo de condições indispensáveis de urbanização. (...)” 
Num dos buscadores internacionais de assuntos da Internet – Google -- estão consignadas mais de cento e oitenta mil referências ao termo, quase todas no seu sentido mais atual, como Rádio Favela, Favelatour, Rocinha – the biggest slum in South America. 
Sinônimos em outros países subdesenvolvidos: comuna, población, barrio de miseria, toma de tierra, slum, pueblo joven... 

EM SUMA: 
No Brasil, o vocábulo FAVELA teve a seguinte trajetória significativa: 
1. Substantivo comum, designativo de arbustos e árvores da caatinga; 
2. Substantivo próprio; epônimo de um morro situado nas proximidades de Canudos.
3. Substantivo próprio: topônimo de um morro na cidade do Rio de Janeiro. 
4. Substantivo comum, com sentido depreciativo, ligando-se a habitações de marginais; 
5. Substantivo comum, perdido o sentido depreciativo e evidenciada a significação socioeconômica do tipo de habitação popular que designa; 
6. A partir da acepção atual, abertura da possibilidade de formação de substantivos, verbos e adjetivos cognatos, alguns ainda não dicionarizados. 
...(...)...(...)...
MÁRCIO JOSÉ LAURIA 
© Copyright CASA DE CULTURA EUCLIDES DA CUNHA. All Rights Reserved. 
FONTE: oguialegal.com

De onde vem a palavra “favela”? | Super
imagem em: super.abril.com.br

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Marco Aurélio - imperador romano e algumas meditações suas

Retrato do Imperador Marco Aurélio - Wikisource
imagem in: wikisource.org
Retrato do Imperador Romano Marco Aurélio, feito por ele próprio,
no primeiro livro das suas reflexões


Nas suas MEDITAÇÕES, Marco Aurélio  (séc. II) transmite-nos mensagens Maravilhosas:


espanto-me  muitas vezes com o facto de, 

apesar de o homem se amar a si próprio

mais do que a qualquer outro ser humano,

subestimar mais a sua própria capacidade

de julgamento do que a opinião alheia.


outra maravilhosa  Meditação deste mesmo pensador:

Rende-te à fatalidade do teu próprio

livre arbítrio.


E para terminar,

Mesmo habitando um palácio, é possível viver bem.

domingo, 2 de novembro de 2025

Vitamina D: comemora-se hoje o seu dia! Vantagens: lê-las para as conhecer

Deficiência de Vitamina D - Dra. Sílvia Souza - Endocrinologia e Metabologia
imagem obtida in: https://drasilviasouza.med.br

Com a devida vénia, partilho este artigo sobre a importância da Vitamina D
 nas nossas vidas, mantendo o equilíbrio mineral do nosso organismo.

(A FONTE é referida no final do artigo)


Vitamina D: O que a torna tão importante?

Colaboração


Apesar de Portugal ser um país com bastante sol, cerca de 78% da população apresenta níveis insuficientes de vitamina D.

Trata-se de uma epidemia silenciosa que pode ter consequências para a saúde, uma vez que esta desempenha um papel essencial no sistema imunitário, na saúde dos ossos e até na prevenção de doenças como a depressão.

O que é e para que serve?

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel. Essencial para manter o equilíbrio mineral do organismo, em particular para a regulação dos níveis de cálcio e de fósforo no sangue. As formas mais importantes são a vitamina D3 (colecalciferol) e a vitamina D2 (ergocalciferol). 

As principais funções destes compostos incluem: Absorção intestinal de cálcio e fósforo;
Manutenção do normal funcionamento do sistema imunitário;
Crescimento e normal desenvolvimento dos ossos e dentes;
Diminuição do risco de desenvolver doenças infeciosas.

Inúmeros estudos têm procurado estabelecer o papel desta vitamina na prevenção de doenças como a gripe sazonal e a depressão. Assim como do seu impacto na redução do risco de doenças crónicas como a Diabetes Mellitus tipo 2 e doenças cardíacas.

Quais as principais fontes de Vitamina D?

Uma pessoa saudável necessita de 600 a 800 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, que podem ser obtidas através da: Exposição Solar 

A principal fonte natural desta vitamina é a síntese dérmica, que ocorre através da exposição da pele à luz solar, levando à formação da vitamina D3 (colecalciferol). Estima-se que uma breve exposição dos braços e do rosto seja equivalente à ingestão de cerca de 200 unidades internacionais (UI) por dia. No entanto, é importante lembrar que apanhar sol de forma prolongada e desprotegida pode ter riscos para a saúde. Por isso, deve ser feita com precaução e com as devidas medidas de proteção. 

Alimentação

A grande maioria dos alimentos não contém Vitamina D, sendo poucos os que são naturalmente ricos neste composto. Alguns que podem contribuir para o seu reforço incluem: 
Óleo de fígado de peixe; 
Peixes gordos (atum, salmão, sardinha, entre outros); 
Carne vermelha; 
Ovos, principalmente a gema;
Alguns cogumelos. 

Atualmente, existem vários alimentos processados fortificados com Vitamina D, como certos produtos lácteos e cereais de pequeno-almoço.

Suplementação

Quando as análises revelam uma deficiência de vitamina D e existem fatores não modificáveis que contribuem para esse défice ou dificultam a sua absorção, o médico poderá recomendar a suplementação. Atualmente, existe uma ampla variedade de suplementos disponíveis no mercado, mas a sua toma deve ser sempre feita sob orientação de um profissional de saúde, que avaliará a solução mais adequada a cada caso.

Cuidados na suplementação:

É importante não exceder a dose recomendada de vitamina D, pois o seu excesso pode levar a efeitos colaterais como hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue).
Pessoas com patologias como, insuficiência renal, hipercalcemia e hiperparatireoidismo, devem ter especial cuidado ao tomar suplementos de vitamina D.

Possíveis problemas de saúde associados ao défice de Vitamina D

As manifestações clínicas variam consoante a gravidade e a duração da carência. A maioria dos doentes tem um défice ligeiro a moderado, sendo geralmente assintomáticos. Contudo, quadros mais severos estão associados a alguns problemas, tais como:

Osteomalacia: A osteomalacia no adulto e a osteomalacia e raquitismo na criança são algumas das consequências possíveis, apesar de atualmente serem incomuns. Os sintomas associados incluem dor óssea, fraqueza muscular, fraturas e dificuldade na marcha.

Esclerose Múltipla: Em 2006, nos Estados Unidos da América, um estudo demonstrou que indivíduos com défice de vitamina D têm duas vezes maior probabilidade de desenvolver esta doença.

Doenças coronárias: Tais como a angina de peito, o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca e a doença arterial periférica.

Grupos de Risco: As crianças, por estarem em fase de crescimento, são particularmente suscetíveis a doenças esqueléticas associadas à falta de vitamina D. Contudo, condições como a osteomalacia (ossos desmineralizados e mais frágeis) ou o raquitismo, são atualmente raras nos países desenvolvidos. 

Os idosos são particularmente vulneráveis ao défice de vitamina D, devido à diminuição da ingestão diária de alimentos e da exposição solar, à redução da espessura da pele, a dificuldades na absorção intestinal e a alterações do metabolismo. A osteomalacia, associada à fraqueza muscular, leva a um aumento muito significativo do risco de fraturas. 

Quanto às grávidas, a carência de vitamina D é frequente, sobretudo durante os meses de inverno. Está associada a um aumento do risco de pré-eclampsia, diabetes gestacional e parto prematuro. Os fetos de mulheres com défice desta vitamina podem apresentar atraso no crescimento, baixa estatura, , maior risco de vir a desenvolver asma e um sistema imunitário menos capaz.

REVISÃO CIENTÍFICA: Dra. Sofia Guimarães

FONTE: Hospital Lusíadas Paços de Ferreira 

sábado, 1 de novembro de 2025

Dia de Todos os Santos

Todos os Santos
imagem obtida em vaticannews.va


Solenidade de Todos os Santos 

A Solenidade de Todos os Santos começou no Oriente, no século IV. Depois, difundiu-se em datas diferentes. Em Roma, dia 13 de maio; na Inglaterra e Irlanda, a partir do século VIII, dia 1º de novembro, uma data que também foi adotada em Roma, a partir do século IX.

Vatican News

Ao final do século II, já era grande a veneração dos Santos. No início, os santos mártires, aos quais os Apóstolos foram logo assimilados, eram testemunhas oficiais da fé.

Depois das grandes perseguições do Império Romano, homens e mulheres, que viveram a vida cristã, de modo belo e heroico, começaram a tornar-se, paulatinamente, exemplos de veneração: o primeiro santo, não mártir, foi São Martinho de Tours. (in: vaticannews.va)

1 DE NOVEMBRO - DIA DE TODOS OS SANTOS (Excerto) - SARRABAL
imagem in: https://sarrabal.blogs.sapo.pt/


Dia de Todos os Santos 


FERIADO 

O Dia de Todos os Santos é comemorado anualmente a 1 de novembro em honra aos santos conhecidos e desconhecidos, mártires e cristãos heroicos celebrados ao longo do ano. 

Neste dia é também celebrado (por antecipação) o dia dos Fiéis Defuntos, que se celebra a 2 de novembro. 

Origem da Celebração do Dia de Todos os Santos 

A origem da festa remonta ao século II, quando os cristãos começaram a honrar os que tinham sido perseguidos e martirizados por causa da sua fé. Foi o Papa Gregório III que no século VIII dedicou uma capela em Roma a todas as pessoas que tinham vivido uma existência de acordo com o Evangelho e, por isso, eram consideradas santas. Ele também ordenou que a solenidade fosse celebrada a 1 de novembro. 

Tradições do Dia de Todos os Santos 

Este dia é dedicado a homenagear todos os que já partiram. Por norma, as famílias portuguesas enfeitam as campas dos seus familiares nos cemitérios e ao longo do dia primeiro de novembro visitam os cemitérios para deixar ramos e velas nas lápides. Antes da visita ao cemitério, realizam-se missas nas paróquias e em seguida, faz-se uma procissão até ao cemitério. 

No dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos, nos países anglo-saxões, existe a crença de que as almas dos mortos descem à terra nos locais de nascimento. Por isso, à noite festeja-se o Dia das Bruxas ou Halloween (nome pelo qual é conhecida a noite das bruxas a nível mundial). 

O dia 1 de novembro também é conhecido como o Dia de Pão por Deus, uma data muito aguardada pelas crianças, que saem às ruas com um saquinho a fim de recolher ofertas, como castanhas, nozes, figos e doces. 

Feriado de Todos os Santos O Dia de Todos os Santos é um feriado nacional. Este dia deixou de ser um feriado nacional em 2013, mas o Governo retomou-o em 2016, por acordo com a Santa Sé.

Pesquisei em calendarr.com 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

"Ficar em águas de bacalhau": origem e significado desta expressão

Ficar em água de bacalhau" - Significado das expressões - YouTube
imagem in YouTube.com


É uma expressão muito conhecida e que usamos com frequência.

Normalmente, quer dizer, que ficou sem efeito um projeto qualquer que tínhamos em mente, não se chegou a concretizar. 

Na minha pesquisa habitual, desta vez decidi procurar a origem e significado desta expressão no site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa:

A origem da expressão «águas de bacalhau»

Qual a origem da expressão «águas de bacalhau» ou «ficou tudo em águas de bacalhau»?

'Orlando Neves aventa a seguinte explicação no seu Dicionário das Origens das Frases Feitas (Lello & Irmão Editores. Porto, 1992):

«Uma das tradições mais arreigadas nos pescadores portugueses diz respeito à faina dos bacalhoeiros nos mares da Terra Nova ou Gronelândia. Além dos êxitos e aventuras desse tipo de pesca, muitas tragédias ocorreram, muitos homens morreram, muitas cargas e barcos ficaram nestas águas para sempre.

Se o sentido da frase é qualquer coisa [como] "se perder", "ficar sem efeito", "não chegar a bom termo", "se frustar", parece razoável supor-se a sua origem na actividade piscatória dos bacalhoeiros.»

Acrescente-se que, além do sentido de «ficar sem efeito», «dar em nada» – que talvez possamos associar à inutilidade da água em que se demolhou o bacalhau – há situações em que a expressão tem outros significados:

1 – acalmar, serenar:

«Chegamos à esquadra e sentaram-nos num lado e ao outro grupo do lado contrário da sala e começaram a tirar-nos as identificações e mais não sei o quê! Tudo isto corria na paz dos anjos, quando surge um idiota dum chui a dizer que seríamos acusados como grupo agressor, o que fez com que se desencadeasse um pequeno motim na esquadra, só posto em águas de bacalhau, quando quatro agentes se puseram a servir de muro de Berlim entre nós e os otários.» 

In http://blogadelas.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_04.html

2 – ver-se em maus lençóis, em dificuldades:

«Sim, eu sei que não será culpa sua, mas, se você desembarcar em Lisboa sem um bom domínio do idioma, poderá ver-se de repente em terríveis águas de bacalhau.» 

In http://www.filologia.org.br/vicnlf/anais/caderno02-02.html'

FONTE: in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/origem-da-expressao-aguas-de-bacalhau/16082 [consultado em 31-10-2025]i

terça-feira, 28 de outubro de 2025

A nossa saúde é afetada pela mudança da hora?

Horário de inverno: mudança de hora em 2025 e 2026 | 26 de Outubro de 2025  - Calendarr
imagem obtida in: calendarr.com

De um modo geral, todos sentimos a mudança da hora, quer para a de inverno, quer para a de verão. 

Talvez não reflitamos muito no assunto, mas a leitura de um artigo da Euronews (pt.euronews.com), a 24.10.2025, por Theo Farrant, despertou em mim uma certa curiosidade devido ao título e é sempre bom documentarmo-nos em termos de saúde. 

Aqui fica a partilha:

"Não se esqueça, os relógios atrasam uma hora esta noite! Mudar a hora afeta a saúde?"


O atraso do relógio para o inverno é muito menos perturbador do que a mudança para a primavera, que tem sido associada a picos de ataques cardíacos e acidentes de viação.


Todos os anos, quando os relógios são atrasados em outubro, milhões de pessoas celebram uma "hora extra" de sono.

Mas até que ponto é que esta pequena mudança afeta realmente o nosso corpo, o nosso sono e o nosso humor?

De acordo com os especialistas, a transição de outono é muito mais suave do que a mudança da primavera - mas não é totalmente inofensiva. A mudança perturba subtilmente o nosso ritmo circadiano, o relógio interno de 24 horas que regula o sono, a atenção, a produção de hormonas e o humor.

Compreender os ritmos circadianos

Os efeitos da mudança do relógio têm origem nos nossos ritmos circadianos - o relógio interno de 24 horas do corpo que regula o sono, a atenção, a produção de hormonas e o humor."Há um relógio circadiano em cada célula do corpo, mas há também um relógio principal: um grupo de neurónios no cérebro que segue automaticamente a luz, o amanhecer, o anoitecer e a escuridão através de sinais dos olhos", disse Timo Partonen, professor associado de psiquiatria na Universidade de Helsínquia, à Euronews Health.

"O bom funcionamento deste relógio afeta a qualidade do nosso sono e o bom ou mau humor. É por isso que é tão importante", acrescentou.

O que é a hora de verão?

A hora de verão é a prática de adiantar os relógios uma hora na primavera e voltar a adiantá-los no outono para prolongar a luz do dia. A maior parte da Europa, América do Norte, partes de África e Ásia seguem este sistema.

Este ano, os relógios serão atrasados no domingo, 26 de outubro.

Embora muitos se regozijem com a hora extra, a mudança continua a afetar o nosso ritmo interno - e algumas pessoas sentem-no mais do que outras.

"De um modo geral, apesar das queixas sobre o facto de as noites se tornarem mais escuras, o outono é normalmente visto como menos doloroso", disse Malcolm von Schantz, cronobiólogo da Universidade de Northumbria, à Euronews Health.

"As pessoas que não gostam da mudança de outono queixam-se principalmente de que escurece de repente quando saem do trabalho. Mas há dois aspetos a ter em conta. Em primeiro lugar, reflete simplesmente o local onde vivemos: nesta altura do ano, as horas de luz do dia não são suficientes para manter as manhãs e as noites luminosas. Não se trata de uma consequência da mudança de hora, mas apenas da geografia", explicou.

"Em segundo lugar, e de forma menos intuitiva, é o facto de, biológica e fisiologicamente, a luz da manhã ser muito mais importante para nós", afirmou.

Partonen concordou, dizendo que "a mudança de relógio no outono é mais fácil de ajustar porque nos dá uma hora extra ao nosso dia. É mais fácil para o relógio circadiano principal adaptar-se a este novo horário".

No entanto, advertiu que, inicialmente, o sono pode não ser tão revigorante como nos meses de verão.

"Há também o risco de as pessoas não utilizarem a hora extra para dormir - em vez disso, ficam acordadas até mais tarde e continuam a acumular dívidas de sono. A mudança poderia ser uma oportunidade para recuperar o atraso, mas a maioria das pessoas não a utiliza dessa forma", afirmou.

Como a mudança de hora pode afetar o nosso corpo

A mudança de hora na primavera - que rouba uma hora de sono - tem sido associada a picos de curto prazo em acidentes de viação, perda de sono e ataques cardíacos (um estudo citado pela American Heart Foundation concluiu que houve um aumento de 24% nos ataques cardíacos no dia seguinte à mudança para a hora de verão).Mas a mudança de outubro pode ter efeitos mais subtis.

Um estudo realizado em 2025 pela Universidade John Moores de Liverpool e pela Universidade de Oxford revelou que as mulheres eram mais propensas do que os homens a manifestar maior preocupação, confusão e stress nos dias que se seguiram à mudança da hora. As perturbações nas rotinas das crianças, tais como horas de deitar mais tarde e dificuldade em acordar, também contribuíram para o stress nos agregados familiares.

A investigação mais alargada no domínio da saúde sugere que as mudanças frequentes de relógio podem acarretar riscos mais graves a longo prazo.Related

Ficar acordado até tarde ao fim-de-semana pode agravar apneia do sono

Uma análise recente efetuada por cientistas da Stanford Medicine concluiu que as mudanças bianuais de relógio podem conduzir a taxas mais elevadas de AVC e obesidade. O estudo comparou três políticas - hora normal permanente, hora de verão permanente e a atual mudança bianual - e concluiu que as mudanças de hora sazonais são a pior opção.

Ao modelar a exposição à luz, o alinhamento circadiano e os resultados de saúde nos Estados Unidos, os investigadores estimaram que a adoção de uma hora normal permanente poderia evitar cerca de 300 000 acidentes vasculares cerebrais por ano e reduzir a obesidade em 2,6 milhões de pessoas. De acordo com a investigação, a adoção permanente da hora de verão permitiria obter cerca de dois terços desse benefício.

Como manter um padrão de sono regular

A manutenção de um padrão de sono consistente é um dos aspetos mais importantes — e muitas vezes negligenciados — da nossa saúde a longo prazo.

"Sabemos que é importante e também sabemos que o nosso corpo consegue lidar com algumas irregularidades. Mas, com base em dados epidemiológicos, sabemos que, para a saúde a longo prazo, é melhor minimizar as flutuações", explicou Schantz.

Schantz descreveu o hábito moderno de recuperar o sono aos fins-de-semana - conhecido como "jet lag social" - como biologicamente perturbador.

"Muitos de nós levantamo-nos cedo durante a semana e dormimos até mais tarde ao fim de semana - essencialmente mudando o nosso horário como se viajássemos para outro fuso horário na sexta-feira e regressássemos na segunda-feira. Este padrão tem os mesmos efeitos negativos a longo prazo que a exposição frequente ao jet lag", afirmou.

Um estudo publicado no Journal of Epidemiology & Community Health revelou que os indivíduos com ciclos irregulares de sono-vigília apresentavam um risco 26% superior de sofrerem eventos cardiovasculares graves, como ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, mesmo que obtivessem as 7-9 horas de sono recomendadas por noite.

Precisamos de repensar o horário de verão?

Muitos cientistas e organizações do sono - incluindo a British Sleep Society, que fez uma declaração oficial sobre o assunto no ano passado - apoiam o fim das alterações bianuais do relógio a favor de uma hora normal permanente.

A União Europeia propôs o fim das mudanças sazonais do relógio em 2018 e, embora o Parlamento Europeu tenha apoiado a proposta em princípio, os Estados-membros não conseguiram chegar a acordo sobre a adoção de uma hora normal permanente ou da hora de verão.

Por agora, o relógio continua a andar para trás e para a frente todos os anos.

Os especialistas concordam que utilizar a hora extra para um verdadeiro descanso - em vez de ficar acordado até mais tarde - pode ajudar a suavizar a transição.

"Vá dormir cedo", aconselha Partonen. "Se a mudança de hora ocorrer na noite entre sábado e domingo, deite-se à hora habitual - ou ligeiramente mais cedo - no sábado. Dessa forma, pode utilizar a hora extra para dormir e reduzir a privação de sono".

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Sara Correia e os Calema cantando "Respirar" - um êxito absoluto!

LETRA Hum Hum Hum Hum   Sou que nem água  Solta no chão  Danço nas asas  De um furacão  Esta é a minha casa   Eu sigo o destino  Eu sou a estrada  Eu sou, Eu sou, Eu sou   Viver da luz da vida e dar-lhe um nome,   Fugir da confusão que nos consome  Não é preciso muito mais  Do que um minuto a olhar o céu.  E respirar.  REFRÃO   Respirar eu vou, Respirar eu vou, Respirar eu vou   Peito aberto   Seja onde for, eu vou levar amor   No meu respirar   E se pensarmos que vivemos juntos este tanto com tão pouco  Pelas mãos do vento faz-se unir o mundo todo.  O mesmo ar, a noite e o dia 2x  REFRÃO  Respirar eu vou, Respirar eu vou, Respirar eu vou   Peito aberto   Seja onde for, eu vou levar amor   No meu respirar 2x  Trazer todos os dias de manhã   A melodia ah ah   Encher o nosso peito de amor   No amanhecer ah ah   A vida deu-me tanto sem cobrar   E eu nem sabia   Agora eu sei que para agradecer   REFRÃO Respirar eu vou, Respirar eu vou, Respirar eu vou   Peito aberto   Seja onde for, eu vou levar amor   No meu respirar 2x    Eu vou levar amor   Fazer da paz uma morada, peito aberto   Aí que boa vida aaah  Dançar este refrão a cada dia  

domingo, 26 de outubro de 2025

Oh Wonder - "All we do" - canção "UNFORGOTTEN" ("Inesquecível"), do genérico da série televisiva da RTP 2 na 6ª temporada


LYRICS
All we do is hide away All we do is, all we do is hide away All we do is chase the day All we do is, all we do is chase the day All we do is lie and wait All we do is, all we do is lie and wait All we do is feel the fade All we do is, all we do is feel the fade I've been upside down I don't wanna be the right way round Can't find paradise on the ground I've been upside down I don't wanna be the right way round Can't find paradise on the ground All we do is hide away All we do is, all we do is hide away All we do is chase the day All we do is, all we do is chase the day All we do is play it safe All we do is live inside a cage All we do is play it safe All we do, all we do I've been upside down I don't wanna be the right way round Can't find paradise on the ground I've been upside down I don't wanna be the right way round Can't find paradise on the ground All we do is hide away All we do is, all we do is hide away All we do is chase the day All we do is, all we do is chase the day All I did was fail today All I wanna be is whites in waves All I did was fail today All we do, all we do

" 6ª temporada da série britânica que acompanha a investigação de casos de assassinato arquivados há décadas, em busca de justiça para vítimas inesquecíveis".  (in: www.rtp.pt)

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

"Traz água no bico" - uma expressão tipicamente portuguesa

Marinha - Sabia qual é a origem da expressão: Trazer água no bico? O  significado desta expressão é conhecido quando alguém suspeita da intenção  de outrem. No entanto a expressão tem origem
imagem obtida in Facebook.com

A expressão portuguesa "traz água no bico" é muito utilizada pelos falantes no dia-a-dia.

"Trazer água no bico" significa que há uma ação ou atitude de alguém com intenção oculta, estranha, suspeita.

Pesquisando on-line as várias versões existentes, partilho o que encontrei:

Primeira versão: 

"Traz água no bico"

"Intenção oculta que se procura alcançar por meio de outra acção (Informal)

(ex.: a proposta traz água no bicoaquela conversa tinha água no bico = "SEGUNDAS INTENÇÕES")

(in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], https://dicionario.priberam.org)

Segunda versão:

"Traz água no bico"

O significado desta expressão é conhecido quando alguém suspeita da intenção de outrem. 

No entanto, a expressão tem origem na linguagem marítima, onde "bico" significa "proa". 

Quando um navio navega com água no bico significa que vai contra a corrente ficando suscetível a perigos."

(in Marinha Portuguesa 27 março 2022 facebook.com)

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Como vai o mundo: A Rússia continua a invadir a Ucrânia e não quer acordo de cessar-fogo

Presidente russo se reúne com empresários e garante estabilidade | Agência  Brasil
imagem do russo Vladimir Putin in https://agenciabrasil.ebc.com.br


A leitura do artigo da pt.euronews.com (de Sasha Vakulina) e que partilho logo a seguir a esta minha curta introdução, deixou-me bastante preocupada, na medida em que, parece não haver qualquer alternativa para a Ucrânia,  senão acabar por ser totalmente destruída, tomada pelo povo russo. Desaparece uma nação, um povo, pura e simplesmente!

Donald Trump não consegue ajudar a resolver este conflito, embora continue iludido que sim e que vai obter um êxito total, inesquecível na História.

Putin mostra-se irredutível, quer continuar a guerra e não concorda com um cessar-fogo.

A seu mando, os militares russos continuam a invadir as cidades ucranianas, a matar inocentes, enfim, a destruirem tudo o que conseguem e que, pelos vistos, está ao seu alcance. Avança e temos de assistir a tudo sem conseguirmos fazer nada para que a situação se reverta.

E a Comunidade Internacional, para mim, está a permitir semelhante genocídio que está a marcar e a traumatizar o mundo inteiro. Não há um Tribunal Penal de Direito Internacional que funcione? Que consiga acabar com estes genocídios todos?

Pergunto-me: o que vai ser das gerações vindouras? Como vão viver os nossos filhos e netos? Vão, decerto, viver um inferno em larga escala, por aquilo de que temos conhecimento e que os meios de comunicação nos mostram diariamente. Com outra agravante:  as guerras, os desentendimentos estão a alastrar para outros países. 

Eu concluo que "está tudo em pé de guerra"!

É triste viver assim, com tudo o que se está a passar a nível mundial: não há grandes esperanças que consigamos vir a viver tão cedo uma paz duradoura.


Aqui está o artigo:

Moscovo negou que a última ronda de sanções da UE e as novas medidas rigorosas de Washington tenham qualquer efeito na sua economia ou na sua estratégia de guerra, dando a entender que a Rússia não vai recuar na sua invasão da Ucrânia nem concordar com um cessar-fogo.

As sanções da União Europeia (UE) contra Moscovo estão "na verdade a funcionar contra Bruxelas", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia na quinta-feira, acrescentando que "as possibilidades de as expandir foram esgotadas".

O Kremlin continua a negar que as novas medidas mais rigorosas tenham qualquer impacto na economia russa e na estratégia de guerra de Moscovo na Ucrânia, sinalizando que não vai alterar a sua posição de invasão e que não vai concordar com um cessar-fogo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que mesmo as sanções dos EUA contra os gigantes petrolíferos Rosneft e Lukoil "não causarão problemas à Rússia, que desenvolveu uma forte imunidade a tais restrições".

"No entanto, enviam um sinal contraproducente, incluindo do ponto de vista do acordo ucraniano", afirmou a porta-voz Maria Zakharova na quinta-feira.

Dmitry Medvedev, antigo presidente e ex-primeiro-ministro da Rússia, foi mais longe e classificou Washington como inimigo de Moscovo. Os Estados Unidos são nossos inimigos, e o seu 'pacificador' falador embarcou agora totalmente num caminho de guerra com a Rússia", disse Medvedev, referindo-se ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora Trump alinhou totalmente com a Europa louca".

Irá a Rússia concordar com um cessar-fogo?

"Agora é o momento de parar a matança e de um cessar-fogo imediato", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na quarta-feira, ao anunciar a notícia das sanções de Washington, as primeiras desde o regresso de Trump à Casa Branca.

"Dada a recusa do presidente Putin em pôr fim a esta guerra sem sentido, o Tesouro está a sancionar as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia que financiam a máquina de guerra do Kremlin. O Tesouro está preparado para tomar outras medidas, se necessário, para apoiar o esforço do presidente Trump para acabar com mais uma guerra. Incentivamos os nossos aliados a juntarem-se a nós e a aderirem a estas sanções."

Donnacha Ó Beacháin, cientista político da Universidade da Cidade de Dublin, disse à Euronews que esta medida não vai fazer a Rússia recuar na sua guerra contra a Ucrânia.

"Não acredito que Putin vá recuar agora ou concordar com um cessar-fogo ou com negociações significativas. Porque é que o faria?", questionou Ó Beacháin.

"Durante o fim de semana, Trump convocou o presidente (Volodymyr) Zelenskyy para Washington e, após um briefing telefónico de duas horas de Putin, repreendeu o líder ucraniano, dizendo-lhe que tinha de ceder às exigências da Rússia ou enfrentaria a destruição da Ucrânia", salientou.

Ao chegar à cimeira da UE, na quinta-feira de manhã, em Bruxelas, Zelenskyy disse que a Ucrânia não está a ser pressionada a fazer concessões territoriais e que não vai ceder nenhuma das áreas temporariamente ocupadas pela Rússia.

"Os apoiantes da Rússia - sobretudo a China e a Coreia do Norte - têm apoiado o esforço de guerra do Kremlin. A Coreia do Norte enviou dezenas de milhares de tropas e forneceu mais munições à Rússia do que toda a União Europeia forneceu à Ucrânia", afirmou Ó Beacháin.

Ó Beacháin disse ainda à Euronews que Putin só contempla um cessar-fogo ou negociações "quando acredita que está em risco de perder território ou poder"."Para Putin, qualquer acordo refletirá as realidades no campo de batalha. Enquanto se aperceber de um progresso mínimo, terá poucos incentivos para parar", sublinhou, referindo-se aos 0,4% de ganhos territoriais em 2025, conseguidos com enormes custos humanos.

Ó Beacháin realçou que Putin deixou claro que só se encontraria com Zelenskyy "para formalizar um acordo pré-estabelecido que equivaleria à capitulação da Ucrânia".

"Não há provas de que esta posição tenha mudado", concluiu.
(in: pt.euronews.com) ( por Sasha Vakulina)