sexta-feira, 26 de junho de 2020

COVID-19: Costa e Marcelo foram contrariados por especialistas na tese do aumento de casos da COVID

in expresso.pt

Tanto António Costa como Marcelo Rebelo de Sousa têm deixado claro o seu desagrado perante o comportamento dos mais jovens, apontando-o como uma das justificações para o aumento do número de novos casos de COVID-19, especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo. Também têm sublinhado o papel que a testagem tem nos números totais, já que quanto mais se testar mais casos se irão encontrar.
Porém, os especialistas não partilham da mesma opinião. Segundo adianta o jornal Observador, as teses que o primeiro-ministro e o Presidente da República têm apresentado foram contrariadas na reunião que se realizou esta quarta-feira na sede do Infarmed, em Lisboa. Fontes partidárias ouvidas por esta publicação indicam que tanto Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Pública, como Rita Sá Machado, da Direcção Geral de Saúde (DGS), «desconstruíram o argumento dos testes».
Embora Portugal esteja a testar mais, ocupando o nono lugar do top de testes feitos por milhão de habitantes, esta não será a principal razão para o número crescente de novos casos confirmados de infecção. As mesmas fontes indicam que há outros factores a considerar, nomeadamente «o número de testes positivos por teste realizado». Nesse caso, «a taxa de positivos é muito elevada» e atrás de Portugal ficam apenas a Bulgária e a Suécia.
Quanto aos jovens, os líderes partidários ouvidos pelo Observador indicam que não existem sinais relativamente a um contágio mais elevado junto deste grupo etário. O caso da festa de Lagos, onde a maioria dos infectados é jovem, será a única excepção conhecida – somando já mais de 100 infectados.
No mesmo sentido, as festas e ajuntamentos não parecem ser o principal problema. Segundo os epidemologistas, o primeiro factor de contágio em Lisboa tem sido «a coabitação, em segundo lugar o contexto laboral e só em terceiro lugar o contexto social». Desconstruídos os argumentos, os especialistas alertam para uma possível segunda vaga, que pode ter como ponto de partida Lisboa.
FONTE: in executivedigest.sapo.pt

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