Desta vez, venho aqui partilhar, com a devida vénia, um artigo de 07 de junho, escrito por Catarina Guerreiro no seu PONTO DE VISTA da ViSÃO DO DIA.
Todos tivemos ocasião de ler e ver nos meios de comunicação social que a nova líder do PAN se mostra ambiciosa, apressando-se a apresentar os desafios futuros do seu partido (Pessoas, Animais, Natureza - PAN).
Sabendo que a negociação do Orçamento do Estado é um ponto importante, apresenta de certa forma, um "caminho aberto" a António Costa e mostrando também que o Pan quer ser governo uma vez que as duas facções existentes no partido, se uniram (aliança interna), estando disponíveis também para acordos com outros partidos.
Assim, tudo parece estar em harmonia...
OS ACENOS A COSTA, AS ALIANÇAS E AS AMBIÇÕES DO NOVO PAN
Uma nova líder, uma aliança interna e uma boa notícia para António Costa. É este o resumo do congresso do PAN – partido Pessoas–Animais–Natureza que decorreu este fim de semana numa sala do Hotel dos Templários, em Tomar, e que parece ter garantido, para já, a sobrevivência do Governo.
No seu discurso, a nova líder, e sucessora de André Silva, Inês Sousa Real, deixou claro que entre os próximos desafios do partido estão as autárquicas e a negociação do Orçamento do Estado. Isto numa altura em que o primeiro-ministro se prepara para começar a negociá-lo com os partidos, sabendo que, perante o possível voto contra do BE, precisa apenas que o PCP e o PAN se abstenham. Do PAN sabe desde ontem que tem o caminho aberto com a recém eleita liderança. Inês Sousa Real é a nova porta-voz e, como ela própria o sublinhou , a quinta mulher a comandar um partido político nos 47 anos de democracia portuguesa. É jurista, deputada, foi provedora dos animais em Lisboa e fez 41 anos ontem - exatamente no dia em que foi eleita. Era, no entanto, a única candidata. E por um simples motivo: as duas fações do partido decidiram chegar a acordo e dividir o poder em vez de se enfrentarem. Assim, se Inês Sousa Real comandava a fação do anterior porta-voz, André Silva, já Bebiana Cunha liderava uma outra fação, conhecida como “corrente do norte”, com maior ligação aos fundadores do partido e mais intransigente em certas questões ambientais. Mas, contrariando os que pensavam que iria existir um duelo, decidiram optar antes por um acordo de bastidores: Inês ficou à frente do partido e Bebiana Cunha vai assumir a liderança parlamentar. Prova desta aliança interna é também o assumir de que o partido quer ser Governo, uma ideia mais defendida pela fação do norte do que por André Silva, que ainda há não muito tempo chegou a confessar que o PAN não estava preparado para integrar um Executivo.
Nos próximos dias, o PAN, segundo anunciaram os seus responsáveis, irá pedir uma reunião ao Governo com o objetivo de perceber a execução das medidas incluídas no Orçamento anterior, e verificar se foram ou não cumpridas para depois avançar para as negociações. António Costa não foi o único a receber luz verde para eventuais entendimentos. Passando a mensagem de que não são um partido de esquerda nem de direita, e que por isso estão disponíveis para acordos com outros partidos, nomeadamente o PSD de Rui Rio, os responsáveis do PAN garantiram que só um cenário os afastará: a presença do Chega. De resto, tanto Inês Sousa Real como Bebiana Cunha garantiram que o PAN irá às próximas legislativas com a meta de "ser Governo".
in observador.pt |
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