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Esta expressão é muito utilizada no dia-a-dia.
E nos últimos tempos, cada vez mais...
Também costumamos ouvir dizer que "quem paga é o Zé Povinho"! Isto quer dizer quem paga é o povo, a arraia-miúda (parte do povo da mais baixa categoria); dizemo-lo com a intenção de significar que é a gente mais pobre ou em situação social débil quem mais se sente lesada, porque não tem possibilidades financeiras para conseguir desenvencilhar-se das dificuldades que tem de enfrentar, a todos os níveis...
"Designa que quem é sempre prejudicado é quem se encontra em situação inferior". (in Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves, notícias editorial, fevereiro de 1999).
Pesquisando mais sobre estas curiosidades que me fascinam sobre a nossa língua, encontrei um post de um BLOG, que achei interessante e, por isso, deixo aqui essa partilha:
Quem se lixa é o mexilhão
Este ditado é tão antigo como a humanidade porque tem a ver com a água do mar que teima em vir à costa com mais ou menos força, bater nas pedras, na rocha, mas “quem se lixa é sempre o mexilhão” e o mais pequenino porque o maior esse está lá no fundo e longe das batidas da água.
E porquê o mexilhão? Era o mais abundante. Para além disso, era a comida dos mais pobres do litoral. Senão havia que comer, recorria-se ao mar e traziam-se baldes de mexilhão, lapas, ouriços e já se passava.
O mexilhão não é rico em calorias e sódio, mas é nutritivo. Os crustáceos e os moluscos são ricos em proteínas, vitaminas e minerais; e o marisco contém sempre ácidos gordos.
No entanto, quando o mexilhão vai para o tacho e começa a ferver, talvez sinta maior tormento que o bater da água do mar...
O atum era outro alimento das classes mais pobres, no entanto, segundo o ditado que citamos, vamos ao que se anicha na rocha, como o mexilhão, para apanhar com a água.
É vulgar alijar as responsabilidades para cima dos outros. Sacudir a água do capote.
É fácil ser líder, responsável, coordenador, director, ministro, quando a água do mar está calma porque não é difícil ir ao leme. O pior é quando o mar está bravo. E até aí não se sonha ser líder nem responsável, nem coordenador, nem director, nem ministro.
Nessa altura arranjam-se todos os meios para sacudir as “vespas” e atirar as culpas para os outros. Lançar a albarda ao chão. O mar é teimoso e “quem se lixa é o mexilhão”, isto é, o inferior. Quem paga as favas é o pequeno. Esse é o culpado de tudo. Que vá “badamerda” que pague e não bufe, era assim que se dizia noutros tempos, ouvia eu dizer, na minha terra, e não era o Alentejo; ainda hoje se ouve este termo...
É preciso ter em conta que quem paga é sempre o pequeno, o inferior, isto não é cristão, mas é esta a forma de estar nesta sociedade, onde parece que as vítimas sofrem e os criminosos andam à solta...
É sempre prejudicado quem se encontra numa situação inferior, segundo Orlando Neves, eis o significado para este autor de um “Dicionário de expressões correntes”: “quem se lixa (trama) é sempre o mexilhão”.
Adquem
Publicada por Artur Coutinho
Etiquetas: CURIOSIDADES
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